MPA: jornada nacional de luta em defesa da agricultura camponesa e do meio ambiente
O Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) começa amanhã (15) uma jornada de luta em defesa da agricultura camponesa e do meio ambiente. De 15 a 18 de maio, cerca de15 mil pessoas estarão mobilizadas em diversos estados, entre eles Rio grande do Sul, Bahia, Goiás e Rondônia. Uma das principais reivindicações é a renegociação das dívidas, já que os camponeses estão descapitalizados e necessitam recuperar a capacidade de investimento em suas lavouras.
O MPA também defende o crédito de reestruturação da agricultura camponesa. Os camponeses são responsáveis por mais de 70% da produção agrícola nacional. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam as grandes propriedades participam com apenas 15,2% dessa produção. Os agricultores reivindicam prazos de até 30 anos para pagar as dívidas, com juros fixo e rebates de acordo com a natureza do projeto.
Para Frei Sergio Gorgen, da direção nacional do MPA, a grave crise enfrentada pelos camponeses é originaria do modelo de agricultura existente em nosso país, baseada no monocultivo, no latifúndio e no agronegócio. “É preciso fortalecer a agricultura camponesa. Só os agricultores poderão ajudar na preservação do meio ambiente e conter o aquecimento global. A agricultura camponesa é capaz de conciliar a produção de alimentos, o meio ambiente e a produção energia. Precisamos de crédito para reestruturar a essa agricultura”, afirma Gorgen.
Os camponeses também reivindicam um programa nacional de habitação camponesa que possibilite moradia adequada a todas as famílias do campo, em todo o território nacional, de maneira desburocratizada, a custo acessível e que leve em consideração o modo de vida e a cultura camponesa, como política social estratégica para conter o êxodo rural, a juventude no campo e repovoar as comunidades camponesas, aplicando em escala crescente tecnologias de bioconstrução.
Na pauta de reivindicação, o MPA apresentará ao governo uma proposta de produção de agrocombustível que seja socialmente justo, ambientalmente sustentável e que não dispute com a produção de alimentos.
Um outro gargalo para o campesinato é a questão da previdência, que hoje encontra-se burocratizado e excluindo um número significativo de camponeses e camponesas, o movimento espera durante as mobilizações avançar na desburocratização e no acesso massivo dos segurados e seguradas especiais.
A jornada ainda contempla questões como aumento de recursos pra CONAB, universalização do programa Luz Para Todos, criação de um Programa de Agroecologia, entre outros.