No 8 de março, mulheres dizem não à guerra
A Campanha "Mulheres dizem NÃO à guerra" foi lançada pelo grupo Code
Pink, dos Estados Unidos, uma organização que exige o fim da ocupação
ilegal do Iraque. Em todo o mundo estão sendo recolhidas assinaturas que
serão entregues no dia 8 de março em atos em frente aos consulados e
embaixadas dos Estados Unidos, em todo o mundo.
Aqui no Brasil os grupos de mulheres já estão organizados e recolhendo os
apoios. O ato no consulado deverá ocorrer na semana da mobilização
mundial contra a guerra e a ocupação do Iraque (18 de março).
O tema da guerra transforma-se em pauta do movimento feminista a partir
das análises globais das conseqüências dos confrontos bélicos: as
mulheres são vítimas da violência sexual e assassinatos; mulheres e
crianças morrem mais do que soldados; as necessidades cotidianas em
regiões de conflito têm que ser resolvidas pelas mulheres.
O tema atinge as mulheres e provoca a mobilização dos movimentos sociais
por ser um assunto que engloba, além das questões de soberania dos
países, a vida cotidiana das mulheres.
Leia abaixo a convocatória da Code Pink:
Um chamado das mulheres pela paz
Uma proclamação urgente
Nós, mulheres dos Estados Unidos, Iraque e mulheres de todo o mundo, já
não temos mais paciência nem para a guerra sem sentido no Iraque e nem
para os cruéis ataques contra outros países no mundo.
Já enterramos muitos de nossos seres queridos. Já vimos demasiadas vidas
mutiladas pelas feridas físicas e psicológicas. Já vimos com horror como
nossos recursos preciosos são utilizados para a guerra, enquanto as
necessidades básicas de nossas famílias (comida, habitação, educação,
saúde) não estão disponíveis para eles.
Não temos mais paciência para viver com medo constante à ameaça da
violência e ver o crescente câncer do ódio e da intolerância que estão
aumentando e entrando em nossas casas e em nossas comunidades.
Este não é o mundo que queremos nem para nós, nem para nossos filhos. Com
o fogo no estômago e o amor no coração, nós, mulheres, estamos nos
levantando, sem fronteiras, para unir-nos e demandar um fim ao
derramamento do sangue e da destruição.
Vimos como a ocupação externa do Iraque tem originado um movimento armado
em contra, perpetuando um ciclo de violência sem fim. Estamos convencidas
de que este é o melhor momento para fazer a transição de um modelo
militar para um modelo de resolução do conflito de forma pacífica ou da
mediação que inclua os seguintes fatores:
* A retirada de todas as tropas e dos combatentes estrangeiros do
Iraque;
* A reincorporação dos iraquianos deslocados à sociedade iraquiana;
* A representação das mulheres no processo de construção da paz e um
compromisso com a igualdade completa da mulher no Iraque após o
término da guerra;
* Um compromisso de descartar a construção de todas as bases
militares estrangeiras no Iraque;
* O controle do petróleo e de todos os outros recursos deve estar nas
mãos dos iraquianos;
* A denúncia das leis de privatização e de desregulamentação,
impostas sob a ocupação, permitindo aos iraquianos formar a
trajetória econômica independente após a guerra;
* Um esforço massivo para a reconstrução que priorize empresas
iraquianas e que use recursos financeiros dos países responsáveis
pela invasão e pela ocupação do Iraque;
* A inclusão de uma força internacional provisória de paz,
verdadeiramente multilateral e que não esteja composta por nenhum
dos países que participaram da ocupação.
Para concretizar esse processo de paz, estamos criando um movimento
massivo de mulheres de várias idades, de diferentes raças, religiões,
migrantes e nativas, ultrapassando fronteiras e tendências políticas.
Juntas, vamos pressionar os nossos governos, as Nações Unidas, a Liga
Árabe, os Prêmios Nobel da Paz, os líderes religiosos e outros membros da
comunidade internacional, para por fim ao conflito armado e negociar uma
solução política.
Nessa época de fundamentalismo divisor, chamamos os líderes do mundo para
se unirem conosco para avançar nos valores fundamentais do amor da
família humana para proteger nosso precioso planeta.
Mulheres para a Paz
Clique aqui e faça o download do abaixo assinado
Página da organização Code Pink
http://www.womensaynotowar.org.