No Brasil, mais violência contra Sem Terra

2005-11-01 00:00:00

O estado brasileiro de Pernambuco vive dias extremamente violentos
no campo desde quinta-feira, 27 de outubro. Em menos de 4 dias,
três trabalhadores rurais foram assassinados e uma emboscada foi
armada contra famílias Sem Terra que estavam acampadas.

Sofrendo constantes ameaças de fazendeiros da região, Hamilton,
dirigente do MLST (Movimento pela Libertação dos Sem Terra), foi
brutalmente assassinado na cidade de Itaíba, com 18 tiros no
rosto.

No dia seguinte, cerca de 10 pistoleiros cercaram um acampamento
do MST, no município de Altinho. Os Sem Terra tiveram que se
esconder na sede da fazenda, de onde ouviram o tiroteio durante
toda a madrugada. Os acampados e acampadas chamaram a polícia, que
só chegou pela manhã, quando os pistoleiros já haviam ido embora.

No sábado, 29 de outubro, 43 famílias de Tacaimbó, agreste
pernambucano, comemoravam a emissão de posse da terra que ocupam
desde 2000, apesar das ameaças dos latifundiários da região. O
acampado Antonio José dos Santos deixou a fazenda para comprar
cigarros e foi encontrado morto com marcas de espancamento,
tortura e 14 facadas.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Taquaritinga
do Norte, conhecido como Luiz, foi assassinado no domingo, 30 de
outubro, com dois tiros dentro de sua casa.

O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) de
Pernambuco propôs uma força tarefa com a Polícia Federal para
solucionar os casos.