IV FSMM

Crise Mundial, seus Impactos e resistências

2010-10-11 00:00:00

O Seminário realizou-se  no dia 09 de outubro, promovido pala Comissão Espanhola de Ajuda aos Refugiados – CEAR e contou com a participação do Grito dos Excluídos Continental.
 
Ao tratar dos impactos da crise constatou-se a que ela  está afetando a vida de milhões de migrantes através da destruição de milhões de empregos e por outro lado aprofundando ainda mais a exploração da mão de  obra trabalhadora. Nos países de origem aumenta a miséria que  obriga a milhões de pessoas a abandonar suas casas e famílias. Por um lado agravam-se cada vez mais as condições de vida dos migrantes e por outro, a resposta dos grandes centros do poder tem sido a de salvar os bancos e as principais indústrias.
 
Como se não bastasse a deterioração das condições de vida dos migrantes,  aumenta a tendência da criminalização  dos migrantes e dos que lutam em defesa dos mesmos. É a criminaliza-se a solidariedade.
 
Tal tendência se expressa, por exemplo, nas legislações anti-imigrantes como  “Lei Arizona” e a Diretiva de Retorno européia. A aplicação de tais leis faz aumentar a xenofobia e o racismo e culpabiliza os migrantes pela perda dos empregos.
 
A  crise provoca  nova tendência em relação aos fluxos migratórios, são as migrações provocadas pelas mudanças climáticas. Estudos prevêem que no ano de 2100, os migrantes desplazados e refugiados por mudanças climáticas, atingirão a cifra de 200 milhões.
 
  Resistências
A pesar de todos as conseqüências da  crise que atinge aos migrantes, existem várias formas de lutas de resistência articuladas em torno dos movimentos dos migrantes e dos movimentos sociais em geral.
 
Avançam os debates sobre a conquista de uma cidadania universal entendida como o acesso aos direitos de todas as pessoas independentemente da situação dos papéis.  O Grito dos Excluídos/as questiona radicalmente a idéia de que os direitos dependem de uma pessoa ser nacional de um país e aponta para a necessidade de reconhecer os direitos, para todo o ser humano, pela sua condição de humano.
 
A integração dos povos apareceu nos debates como sendo uma das principais lutas que ajudam a superar a crise; ela aponta para o reconhecimento dos direitos, a livre circulação das pessoas, o direito à participação política e a não criminalização das pessoas migrantes.
 
Enfim, a busca de um novo modelo de sociedade que garanta a satisfação dos direitos sociais básicos como, educação, saúde, habitação, segurança, segurança alimentar, previdência e assistência social.
 
O seminário foi concluído fazendo eco a um dos slogan que será proclamado no dia 12, no momento do Grito dos Excluídos,  por ocasião da marcha dos movimentos sociais:
 
“Derrubando o modelo, ninguém é ilegal; povos em movimento, por uma cidadania universal”.