Expressão coletiva de mulheres feministas contra as mudanças climáticas
As feministas de todo o mundo, de diferentes culturas, origens e integrantes da Marcha Mundial das Mulheres dos cinco continentes, mais uma vez reúnem suas vozes e se expressam através da sua participação conjunta na Conferência Mundial dos Povos sobre Mudança do Clima e Direitos da Mãe Terra.
Na ocasião, várias delas apresentaram as análises que trazem de seus países para torná-las conhecidas coletivamente, junto com militantes da Marcha Mundial das Mulheres. Este é o caso de lideranças feministas do Peru, que há anos têm trabalhado para a mitigação de desastres, mas desde 1998 levantam também a necessidade de alterar o modelo econômico para resfriar o planeta.
No que se refere à soberania alimentar, a pequena e média produção orgânica pode contribuir para resfriar o planeta, no entanto, os povos debem continuar a resistência aos transgênicos, barragens e agronegócio, porque “sem esta resistência todo o trabalho desenvolvidos em torno da biodiversidade seria destruído e por isso, por um lado temos que apontar alternativas concretas em nossa vida cotidiana e, por outro lado, temos que organizar nossa resistência para mudar o modelo econômico”, enfatizam as feministas peruanas.
Por outro lado, a equatoriana Magdalena León, representante da REMTE Rede Latinoamericana Mulheres Transformando a Economia, afirmou que a realização desta Conferência dos Povos na Bolívia é uma convocatória histórica, que acima de tudo deve buscar que prevaleça a voz dos povos e se transforme em poder de decisão frente ao poder abusivo, arbitrário e depredador do capitalismo e das forças hegemônicas que conduzem a sociedade a um ponto “quase sem saída para a vida no planeta”. Esta convocatória nos fala de recuperar a voz do povo, dizendo basta e encontrar saídas, na medida de nossa trajetória histórica, de uma prática econômica que tem sido protetora e cuidadora da vida, ao invés de destruidora, afirmou Magdalena León.
As mulheres de todo o mundo afirmam que o planeta inteiro deve assumir outra prática econômica, e que esta outra economia deve ser assumida por todos e todas colocando a reprodução da vida no centro. Este trabalho deve ser encarado através da recuperação do público e comunitário, afirmaram as feministas da Marcha Mundial das Mulheres, que manifestam uma expressão coletiva na conferência dos povos sobre a mudança climática.