Intercâmbio das lutas latinoamericanas mostra os desafios para a comunicação na construção de um novo mundo
De 20 a 27 de março, 25 pessoas, companheiros e companheiras, membros dos mais diversos movimentos e organizações sociais feministas e camponesas da América Latina, se reuniram em Guararema, no estado de São Paulo, para discutir e pensar a comunicação que fazemos, a comunicação que queremos e as transformações que podemos alcançar com uma nova comunicação, empenhada na construção de um novo mundo. A diversidade das lutas, das ações e das dificuldades divididas durante o taller da Minga Informativa, nos mostrou a todos e todas que não estamos sozinhos e sozinhas, isolados ou isoladas, nem nas dificuldades e nem nas conquistas. Pudemos, com isso, perceber os desafios que ainda possuímos para que a comunicação seja definitivamente encarada e abraçada como uma ferramenta de luta para as organizações e movimentos sociais em seu cotidiano de ações, em toda a América Latina. Mais do que isso, conseguimos através desses 7 dias de encontro, trilhar ações concretas e tarefas comuns para que esse processo comece a ser construído o quanto antes.
A comunicação representa a possibilidade de construção de relações das atividades humanas. Sem ela não seria possível a consolidação de uma sociedade e nem de uma cultura. Muito menos seria possível a propagação de idéias, de análises, denúncias, e propostas mediante os males que atingem esse mundo imperialista e corrosivo. A comunicação permite o existir, fazendo com que todos e todas possam existir na interatividade com o mundo e com as outras pessoas. Esse existir, porém, precisa ser encarado como uma maneira de convivência entre todos e todas, homens e mulheres, etnias, sociedades, comunidades das mais diferentes. Continuamos, assim, na luta pela libertação dos povos, e por uma comunicação clara e plena, ativa e participante, rumo a uma sociedade mais justa, igualitária, na construção de um novo mundo.