Criminalização dos movimentos sociais: a ditadura do século XXI
A criminalização contra o povo que se organiza e luta por seus direitos tem se intensificado no Brasil, especialmente neste último período, em que teoricamente vivemos numa democracia em que direitos como os de manifestação estão previstos na constituição federal.
Consideramos inicialmente, que o capitalismo é o grande gerador de toda a miséria e diferença social do mundo, organizado segundo os meios de produção e concentração dos bens e riquezas. Nele o mundo é visto como uma mercadoria. Este sistema se apóia no patriarcado para oprimir, explorar e submeter as mulheres.
Para os capitalistas a terra, as águas, as sementes, o ar e as matas, as mulheres e seus corpos são recursos que devem ser explorados conforme seus interesses econômicos e, em nome do desenvolvimento, do progresso e da modernidade, o capital e o patriarcado avançam sobre o mundo desrespeitando limites, leis, colocando em risco a vida de todos os seres vivos, inclusive a humanidade.
As empresas capitalistas, com a conivência da maioria dos governos, transformaram a agricultura num negócio, no agronegócio e se apoderaram das riquezas naturais, do território, utilizando-os como mercadorias descartáveis, convertendo a população em mão-de-obra explorada, além de utilizar o trabalho escravo em várias regiões do Brasil.
Diante de todo este emaranhado de questões que se entrelaçam e mesmo depois de 26 anos da morte de uma grande lutadora pela concretização da distribuição justa da terra e da garantia de direitos sociais e previdenciários para camponeses e camponesas, como Margarida Maria Alves, nesta semana morre mais um companheiro na mesma luta,que é justa, legal e necessária.
E quantos ainda serão os que dão a vida pela causa que entraram e ainda entrarão na história por serem vitimas da truculência e da brutalidade cometida por aqueles que defendem o capital? O governo Yeda Crusius configura novamente um estado ditatorial no Rio Grande do Sul. A partir do ingresso de Yeda no governo estadual o desrespeito com o direito à expressão e à reivindicação social foi abafada com uso indiscriminado da violência e da truculência.
Quando perdemos um companheiro ou companheira na luta, é como se uma parte de nossa carne também é cortada. No entanto, perdemos mais um ou uma com quem partilhávamos sonhos de um sociedade mais justa e igualitária.
Por isso, reafirmamos que nenhum minuto de silêncio deve ser feito. Nossas vozes devem ecoar pelos sertões e pelos pampas, de maneira a se propagar no vento, reafirmando a organização popular e a luta cada vez mais intensa e articulada entre campo e cidade.