Atingidos por barragens trancam rodovia Régis Bittencourt, em São Paulo
Hoje (14/08), centenas de pessoas do Vale do Ribeira, integrantes de várias organizações, entre elas o MOAB e a Via Campesina, realizam uma manifestação no pedágio da multinacional OHL, na Rodovia Régis Bittencourt, altura de Cajati (Km 485), estado de São Paulo. Os participantes também planejam realizar uma caminhada pela BR-116.
Eles protestam contra a construção das barragens no rio Ribeira do Iguape, que até agora é o único rio de médio porte sem barragens no estado de São Paulo. A Usina Hidrelétrica de Tijuco Alto é pleiteada pela Companhia Brasileira de Alumínio, empresa do grupo Votorantim. Desde a década de 1980, os ribeirinhos lutam contra sua construção, que destruirá o único lugar que preserva grande parte da mata atlântica no estado de São Paulo.
“Estamos lutando contra tudo aquilo que está destruindo o nosso rio, a nossa vegetação. A Votorantim consome cerca de 4% de toda a energia elétrica produzida no país, o que corresponde ao consumo de energia de um estado como Pernambuco, com 8 milhões de habitantes. A energia consumida é utilizada na produção de minérios e celulose, em sua grande maioria voltado para a exportação e nós não deixaremos que nos roubem nossas terras, nossos bens, para o cúmulo de capital dessa empresa”, afirmam as lideranças.
Atingidos por barragens de vários estados do Brasil se mobilizaram nesta semana reivindicando seus direitos e um novo projeto energético para o país. A jornada nacional de lutas reúne trabalhadores de todo o Brasil.
Atingidos pela UHE Itapiranga realizam ato público
Os atingidos pela UHE de Itapiranga na divisa entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul, realizam durante a tarde de hoje (14) um ato público em defesa da natureza do povo, pelo desenvolvimento sem barragem. O ato iniciará as 13 horas e 30 minutos próximo a igreja matriz de Itapiranga/SC.
Segundo Pedro Milchiors, do MAB, os agricultores querem continuar com o direito de escolher sobre o futuro do povo da região, produzindo e desenvolvendo a região sem barragem. “Nossa luta é pelo cancelamento definitivo da UHE Itapiranga, nós queremos que o governo realize investimentos para desenvolver nossa região sem barragem, na produção agrícola, turismo, asfalto, casas, energias alternativas, universidade federal, educação em fim tudo que seja para melhoria de vida do povo”, afirmou Milchiors.
Desde ontem, cerca de 500 agricultores estão reunidos em um encontro de estudo sobre o setor energético e a situação atual da barragem de Itapiranga. Para o ato de hoje são esperados mais de 1000 agricultores.
Trabalhadores trancam rodovia em Minas Gerais
Mais de 300 famílias atingidas por mineradoras e atingidas por barragens, juntamente com sindicatos e Assembléia Popular trancam nesta manha (14), a BR 040, no trevo da cidade de Congonhas. O trancamento é para alertar a sociedade para os problemas que as grandes empresas multinacionais, donas de mineradoras e barragens, trazem à região.
Desde ontem os manifestantes estiveram reunidos na cidade debatendo os impactos que empresas como Vale, CSN, Sumitomo e Valorec, entre outras, vêm causando em toda a região do Alto Paraopeba. “Bairros inteiros vão desaparecer com a expansão dessas empresas mineradoras”, dizem os coordenadores do ato.
Eles denunciam ainda o descaso de empresas e governos com as populações atingidas por barragens hidrelétricas. No Brasil, mais de 1 milhão de famílias já foram expulsas de suas terras por causa de barragens e, em Minas, mais de 400 barragens estão projetadas.
Essa ação faz parte da Jornada Nacional de Lutas que vem acontecendo desde o dia 10 de agosto.
Atingidos realizam assembléia e decidem marchar até a UHE Barra Grande
Durante a manhã de hoje (14), cerca de 1000 agricultores ligados ao Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e a Via Campesina, seguem em marcha até a UHE Barra Grande, localizada entre os municípios de Pinhal da Serra/RS e Anita Garibaldi/ SC.
“Decidimos em assembléia com os agricultores acampados que iríamos marchar até a obra, mostrando assim que nós não esquecemos todo o sofrimento que passamos com a construção da mesma e que ainda estamos passando. As empresas donas dessas barragens vêm para região discursando que trazem investimentos, mas na verdade é o povo que sustenta essas empresas. Na nossa região o BNDES colocou mais de 5 bilhões de reais para construir as usinas na Bacia do Rio Uruguai, dinheiro público que deveria ser investido na população e não nestas empresas que só trazem sofrimento ao invés de desenvolvimento”, afirmam lideranças do MAB.
Com a marcha até a barragem, os atingidos também querem denunciar que as empresas donas das barragens promovem fraudes nos estudos de impacto ambiental para garantir licenças e autorização dos órgãos ambientais, como foi o caso de Barra Grande. A Engevix, a estadunidense ALCOA, o Banco Bradesco, a Votorantin, a Camargo Corrêa, CPFL e a Companhia Brasileira de Alumínio fraudaram os estudos ambientais para construir a barragem, inundando 2.000 hectares de araucária e mais 4.000 hectares de mata. “Parece que a lei só vale aos pobres, pois essas empresas continuam impunes, atuando e reproduzindo essa prática em diversas regiões do país”, afirmam as lideranças.
Os agricultores que marcham estavam acampados desde a última quarta feira (12), na comunidade São Jorge município, de Pinhal da Serra/RS, com o objetivo de debater os direitos sociais da população da bacia do rio Uruguai e pressionar para o encaminhamento das reivindicações dos municípios. Participam deste ato agricultores dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Contato: 54.3522.1857
Organizações e movimentos sociais marcham em direção a Coelce, em Fortaleza
Hoje, 14 de agosto, cerca de 1500 manifestantes da Via Campesina, Assembléia Popular, Central dos Movimentos Populares, Movimentos Estudantis, sindicatos urbanos, entre outros, se concentraram na Praça do Ferreiro, em Fortaleza, e marcham em direção ao Bradesco e à Coelce, distribuidora de energia do estado. A mobilização faz parte da jornada de lutas dos trabalhadores que teve início no dia 10 e acontece em todo o Brasil. Hoje é o dia de paralização nacional e milhares de brasileiros estão nas ruas para afirmar que a crise não será paga pelos trabalhadores.
Com o ato na Coelce, os manifestantes irão questionar o alto preço da energia, que chega a 55 centavos ao KW/h para as residências, enquanto que grandes empresas como a Vale e Alcoa pagam preços irrisórios de 3 centavos e 5 centavos pela mesma quantidade consumida. Além disso, pedem a reestatização da empresa, a aplicação da Tarifa Social de Energia, que dá o direito de desconto para as famílias que consomem até 220 KW/h, e o cumprimento de vários acordos com os moradores dos bairros, que estão sendo descumpridos. No ato eles entregarão autodeclarações de centenas de pessoas, documento que, segundo a lei, garante o acesso à Tarifa Social.
MAB continua acampado na SDA
O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), que também participa do ato, está acampado desde o dia 12, quarta-feira, na sede da Secretaria de Desenvolvimento Agrário. Ontem os manifestantes tiveram uma audiência com representantes da Secretaria de Desenvolvimento Agrário, Secretaria de Recursos Hídricos, INCRA e Dnocs.
Segundo as lideranças do Movimento, os encaminhamentos foram positivos, entre eles, se destaca que o INCRA e o governo estadual se comprometeram em fazer o cadastramento das famílias sem terra da região das barragens de Castanhão, Figueiredo e Aracoiaba. Também avançou a pauta que exigia acesso à água e cisternas de placas. Foi organizada uma comissão composta pelos presentes na reunião que fará o levantamento das necessidades e iniciará a reestruturação das condições sociais das famílias atingidas pela barragem de Castanhão.
Também ficou definido que a Secretaria de Recursos Hídricos acompanhará a pauta dos atingidos pela barragem de Aracoiaba, no Maciço do Baturité.
Manifestantes ocupam Coelce, em Fortaleza
Cerca de 2000 pessoas ocuparam o prédio da Coelce nesta manhã em Fotaleza. Os manifestantes se concentraram na Praça do Ferreiro, protestaram em frente ao Bradesco e depois ocuparam a distribuidora de energia.
Eles pedem a reestatização da empresa e alegam que depois da privatização, os preços da conta da luz se elevaram muito. Hoje o KW/h de energia pago pelas famílias chega a 55 centavos, enquanto que grandes empresas como a Vale e Alcoa pagam preços irrisórios de 3 centavos e 5 centavos pela mesma quantidade consumida.
Além disso, pedem a aplicação da Tarifa Social de Energia, que dá o direito de desconto para as famílias que consomem até 220 KW/h, e o cumprimento de vários acordos com os moradores dos bairros, que estão sendo descumpridos. No ato eles entregarão autodeclarações de centenas de pessoas, documento que, segundo a lei, garante o acesso à Tarifa Social
A mobilização faz parte da jornada de lutas dos trabalhadores que teve início no dia 10 e acontece em todo o Brasil. Hoje é o dia de paralização nacional e milhares de brasileiros estão nas ruas para afirmar que a crise não será paga pelos trabalhadores.
Setor de Comunicação – MAB
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