Vitória dos trabalhadores no Ceará
A ocupação da Coelce nesta manhã por cerca de 2000 pessoas resultou em vitórias para o conjunto dos trabalhadores. O protesto forçou um canal de negociações que se abriu entre os manifestantes e a distribuidora de energia.
“Acabamos de sair da empresa e tivemos uma unidade muito grande entre os movimentos e entidades urbanos e camponeses. A Coelce reconheceu a existência da Tarifa Social de Energia e afirmou que não aplicava a lei aos usuários que consomem até 140 Kw/h mês, o limite de consumo do nosso estado para se enquadrar no direito”, afirmou José Josivaldo Alves de Oliveira.
Como encaminhamento da negociação, as partes decidiram que a Coelce vai divulgar a Tarifa Social nas contas de energia e em canais de comunicação. “Por outro lado, as entidades e movimentos sociais vão continuar organizando o povo para a entrega de autodeclarações coletivas na distribuidora, que se comprometeu em aplicar a lei”, finalizou Oliveira.
Os manifestantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) retornaram ao acampamento na Secretaria de Desenvolvimento Agrário, onde estão desde quarta-feira, lá farão uma grande assembléia para os encaminhamentos referentes à audiência de ontem com INCRA, Dnocs, Secretaria de Desenvolvimento Agrário e Secretaria de Recursos Hídricos.
“Nesta audiência também saímos vitoriosos, garantimos o compromisso do INCRA e do governo estadual em fazer o cadastramento das famílias sem terra da região das barragens de Castanhão, Figueiredo e Aracoiaba. Também avançou a pauta que exigia acesso à água e cisternas de placas. Foi organizada uma comissão composta pelos presentes na reunião que fará o levantamento das necessidades e iniciará a reestruturação das condições sociais das famílias atingidas pela barragem de Castanhão”, afirmaram os coordenadores do acampamento.
Também ficou definido que a Secretaria de Recursos Hídricos acompanhará a pauta dos atingidos pela barragem de Aracoiaba, no Maciço do Baturité.
Tarifa Social de Energia
Desde maio de 2007, uma liminar expedida pelo Tribunal Regional Federal garantiu que todas as famílias que consomem energia elétrica até o limite máximo regional, podem receber os descontos referentes a Tarifa Social Baixa Renda na conta de luz, sem precisar estar cadastrado em algum programa social do governo. Para isso, basta entregar uma autodeclaração na distribuidora de energia elétrica da região.
Trabalhadores marcham por Salvador
Atingidos pelas barragens do Vale do São Francisco participam e questionam setor elétrico
Desde hoje pela manhã cerca de 1000 pessoas estão nas ruas de Salvador protestando contra a crise mundial, lutando contra o alto preço da energia e por reforma agrária. A mobilização faz parte da jornada nacional dos trabalhadores e em Salvador participam o MAB, MST, Assembléia Popular, Consulta Popular, movimentos urbanos, quilombolas, pescadores, entre outras categorias.
Pela manhã os manifestantes protestaram em frente ao Banco Central do Brasil e a tarde fazem uma marcha pelo centro da cidade. No Banco Central eles criticaram a posição do Governo Federal, que injetou bilhões de reais na economia para salvar os bancos privados e montadoras.
Os atingidos por barragens do vale do Rio São Francisco estão presentes e junto aos demais trabalhadores questionam o atual modelo do setor elétrico que privilegia a eletricidade para grandes empresas com preço subsidiado, enquanto que os trabalhadores pagam taxa abusivas. Na semana passada, em Petrolina, eles realizam assembléias populares nos bairros explicando sobre o direito à tarifa Social de Energia. “A população se interessa muito pelo tema, pois afeta a todos pelo alto preço que pagamos todos os meses”, afirmou Eldo Barreto, do MAB.
Manifestante e atingidos por barragens protestam no Ministério de Minas e Energia, em Brasília
Milhares de manifestantes e os atingidos por barragens que participam do Acampamento Nacional, em Brasília, realizaram hoje uma marcha pela Esplanada dos Ministérios com paradas em vários locais, entre eles o Palácio do Planalto e o Ministério de Minas e Energia. Estiveram marchando cerca de 3500 trabalhadores da Via Campesina, centrais sindicais, movimentos estudantis, movimentos populares urbanos, Assembléia Popular e outros.
No Ministério de Minas e Energia houve uma parada para forte protesto contra as atuais políticas desenvolvidas pelo Ministério dirigido pelo atual ministro Edson Lobão. Nos protestos os manifestantes lembraram dos altos preços cobrados nos preços da energia elétrica em todo o país que explora muito as famílias mais pobres.
Segundo os manifestantes o preço da luz chega ser oito vezes mais do que o custo de produção e todo o lucro fica com as empresas multinacionais. Além disso, o Ministério das Minas e Energia é quem legitima esta exploração.
Outro ponto lembrado foi o descaso do Ministro Lobão, que é apadrinhado de Sarney, com o povo que é expulso para a construção das barragens, o que causa cada vez mais conflitos e aumenta o número de sem terras no Brasil. “Os agricultores atingidos não tem recebido indenizações justas ou sido reassentadas com as condições necessárias. Os dados apontam que mais de um milhão de pessoas foram expulsas de suas terras que foram inundadas por barragens no Brasil”, afirmam as lideranças do MAB.
O acampamento em Brasília iniciou no dia 10, segunda-feira passada e permanece até o próximo dia 21.
Protestos no alto Uruguai demarca jornada nacional de lutas
Os atos acontecem na Sadia e no Consórcio Foz do Chapecó
Na manhã de hoje (14/08) o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Via Campesina, Centrais Sindicais e estudantes fizeram um ato em frente à Sadia, em Chapecó/SC. Agora os manifestantes marcham rumo à sede do Consórcio Foz do Chapecó, construtor da Hidrelétrica de Foz de Chapecó.
Com as mobilizações, os manifestantes querem demonstrar que a crise econômica está afetando os trabalhadores do campo e cidades da região. Centenas deles já foram demitidos pela empresa Sadia e não tem perspectivas de encontrar novo emprego. Além disso, os manifestantes reivindicam as indenizações e reassentamentos aos atingidos pela Hidrelétrica de Foz de Chapecó, que está sendo construída sob o Rio Uruguai.
O Consórcio Foz de Chapecó, formado pelas empresas Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) e Furnas, ainda não reconhece os direitos das famílias atingidas como deveria. Após anos de luta, as famílias conquistaram o direito de reassentamento, mas a empresa ainda não viabilizou a efetividade dos mesmos. Durante o ato, os atingidos entregaram uma pauta de reivindicação ao consórcio exigindo, entre outras coisas, uma reunião com lideranças do MAB.
Na região sul, o MAB também realiza mobilizações na hidrelétrica de Barra Grande e Itatiranga.
Marcha na Paraíba denuncia agronegócio, alto preço da energia e violência no campo
Cerca de 250 trabalhadores da Via Campesina, Assembléia Popular e Consulta Popular, saíram hoje (14) de Campina Grande/PB em marcha de 132 quilômetros rumo à capital do estado, João Pessoal. Os manifestantes estavam acampados na cidade desde o dia 12, quarta-feira, onde realizaram protestos, seminários e outras atividades.
A marcha passará por vários municípios da Paraíba, denunciando a crise, discutindo a importância da Reforma Agrária e alto preço da energia elétrica e denunciando a violência que os trabalhadores sofrem no estado, com torturas e homicídios.
Outro tema de destaque durante trajeto será o debate sobre os direitos dos atingidos por Acauã. Os manifestantes irão debater nas escolas das cidades o problema causado pela construção de barragens e exibirão o vídeo “O Canto de Acauã”, que retrata a dura realidade dos atingidos pela barragem depois da obra.
A marcha prevê sua chegada à capital no dia 1 de setembro.
Atingidos pela barragem de Estreito aguardam Ministro da Pesca
Os atingidos pela UHE de Estreito, acampados próximo à barragem a 25 dias, aguardam para o próximo dia 18, a visita do Ministro da Pesca, Altermir Gregolin, na cidade de Estreito, Maranhão. A maioria dos atingidos pela barragem são pescadores e a alternativa de renda é uma das principais reivindicações. “Dos 12 municípios atingidos pela barragem, dez tem colônia de pescadores, e a empresa não nos reconhece como atingidos. Nossa luta é para que sejamos atendidos nas nossas reivindicações. Queremos negociar com a empresa e pessoalmente com o Ministro”, afirmam os coordenadores do MAB na região.
Além disso, os atingidos pela barragem recepcionam amanhã (15/08), em assembléia, o Deputado Federal Domingo Dutra (PT/MA), que vai levar as solicitações dos atingidos para a audiência pública que acontecerá no dia 18 de agosto, na Câmara dos Deputados, em Brasília. A audiência debaterá sobre os impactos ambientais, sociais e econômicos do processo de implantação da Usina Hidrelétrica de Estreito.
Estão convidados para a audiência o Sr. José Gomes Coelho, Prefeito do Município de Estreito – MA, o Sr. José Rubens Cabral, Prefeito do Município de Aguiarnópolis – TO, Cirineu da Rocha, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e representante do Consórcio Estreito Energia (CESTE).
Em 2007, artistas do Movimento Humanos Direitos gravaram um vídeo posicionando-se contra a barragem e pelo respeito à população atingida (http://www.youtube.com/watch?gl=BR&v=OKEQz6JJs04). A atriz Bete Mendez falou da gravidade que o mundo sofre hoje por obras de grande porte como a barragem de Estreito. “Essas obras não respeitam o chamado impacto ambiental, que pressupõe as pessoas que vivem na área, isso é um crime ambiental”, disse ela.
Setor de Comunicação – MAB
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