Vida e revida
Um adeus a nosso mestre e Pastor Dom Tomas Balduino
Como a flor cheirosa, do campo se despede;
Dobra-se ao ciclo da eterna evolução
Fica a semente que a mão do vento expede
Com seu murmúrio em forma de canção.
Canção de vida que na morte é revida...
Revida, renascendo em testemunho dado!
Revida, em luta do índio revoltado!
Revida, em marcha do camponês magoado!
Revida, mulher pobre, branca, negra e homem favelado...
Por um instante, desçam do alto dos mastros as bandeiras;
Cale-se a terra concentrada, lamentando a perda...
Juntem-se os pés nas bases das fileiras...
Caia sincera a lágrima da pálpebra esquerda...
Juntem-se as mãos deixando os gestos vãos...
Baixe o olhar em sinal de respeito
Ergam-se os braços em forma de oração
Dobre-se o corpo, inclinando o peito.
Não é por dor, tampouco por tristeza!
Mas pelo brilho da obra e sua grandeza
Que fez a vida profetizadora...
Se a natureza a põe interrompida...
Não haverá nenhuma despedida
Se cada mão for sua continuadora.
Fica o exemplo firme e militante...
A crítica e o desprezo aos governantes
Que não ouviram as suas sugestões.
Fica um bendito a quem com luta espera...
A maldição aos que tomam a terra
E a esvaziam de suas populações.
Fica o chamado para o seguimento...
Para os valores e o bom comportamento
Na formação da consciência humanista.
Vigiai por nós enquanto caminhamos;
Que aqui ficamos e de ti lembramos
De punho erguido e frontes otimistas...
Assim sentimos leve o nosso coração
Pois com certeza irás ao panteão
Onde estão os grandes socialistas.