Feminismo nas ondas do rádio
Programa piloto da Marcha Mundial das Mulheres. As comunicadoras falam sobre o dia internacional de luta das mulheres, 8 de março; a luta para transformar o sistema político por meio de um plebiscito popular; o enfrentamento a violência contra as mulheres e a prostituição; e a agroecologia.
Você pode escutar o programa clicando aqui: radio-marchamundialdasmulheres
Na manhã do domingo, dia 16 de fevereiro, durante a oficina do coletivo de comunicadoras da Marcha Mundial das Mulheres, nos dedicamos a trocar experiência sobre nossa relação com o rádio, sua importância na vida das mulheres e como podemos trabalhar esse meio de comunicação, que é o segundo com maior abrangência de público no Brasil.
Em estilo de programa de rádio ao vivo, as facilitadoras convidaram as participantes a contar suas memórias e experiências com rádio. Foram muitos os relatos que diziam que o hábito de escutar rádio era principalmente de seus pais ou avôs, que o escutavam o dia inteiro. Outras comentaram da presença cotidiana do rádio (rádio poste em muitos casos) em suas cidades no interior. Outras ainda compartilharam que fizeram programas de rádio de diferentes tipos – contação de histórias para crianças, entrevistas, musicais. Muitas relataram seu sentimento de indignação ao escutar absurdos no rádio, sejam no noticiário manipulado pelos grandes meios de comunicação de massa – CBN, Bandeirantes etc , seja nas pequenas emissoras, administradas muitas vezes por pastores evangélicos que fazem um discurso patriarcal, de controle do corpo, trabalho e sexualidade das mulheres.
1ª Oficina de rádio do Coletivo de Comunicadoras da MMM. Foto: Luiza Mançano.
Falamos de como hoje o rádio ainda é presente na vida de milhares de mulheres, que escutam regularmente à programação ao mesmo tempo em que realizam diferentes atividades domésticas e de como é necessário que ocupemos esse espaço de diferentes maneiras.
Lembramos que nós integramos um processo de formação em comunicação organizado pela Minga (Mutirão) Informativa de Movimentos Sociais, que resultaram na produção do programa Voz de los Movimientos, com programas sobretudo em castelhano. E mais recentemente nos inspiramos a fazer rádio com a nossa experiência na Convergência de Comunicação dos Movimentos Sociais. Também recuperamos os programas de rádio que produzimos por ocasião da Terceira Ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres, realizada em 2010.
O exercício prático que fizemos logo em seguida mostrou que, com planejamento e objetividade nas mensagens que queremos passar, é fácil realizar diferentes produtos radiofônicos. As participantes se dividiram em quatro grupos que foram desafiados a produzir em uma hora uma peça de, no máximo, 2 minutos de duração em torno a cada um dos quatro temas principais da agenda de lutas da MMM em 2014: plebiscito popular sobre o sistema político, violência contra as mulheres, agroecologia e prostituição. Os grupos então prepararam roteiros escritos sobre cada um dos assuntos que foram logo em seguida gravados.
Compartilhamos algumas dicas sobre como gravar os programas de rádio. Em seguida, escutamos coletivamente todos os exercícios realizados. No dia seguinte, 17, fizemos a edição – ou seja, juntamos trechos de vários dos exercícios – e montamos um programa radiofônico piloto que você confere aqui.
Alessandra Ceregatti é militante da MMM de São Paulo (SP), e Adriana Vieira é militante da MMM de Mossoró (RN).
Fonte: http://marchamulheres.wordpress.com/2014/03/06/feminismo-nas-ondas-do-radio/