Cerca de 1500 mulheres ocupam unidade da Cargill, em Goiânia

MST
2015-03-10 18:00:00

 

Nesta terça-feira (10), cerca de 1500 mulheres camponesas do MST, Movimento Camponês Popular (MCP), da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (FETRAF) e da Comissão Pastoral da Terra (CPT) ocuparam a unidade da transnacional Cargill, em Goiânia.

 

Ainda nesta manhã, outras 700 mulheres de diversos assentamentos e acampamentos do MST, Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e da Via Campesina da região centro do estado do Paraná trancaram a BR 277 junto a praça de pedágio de Nova Laranjeiras. Cerca de outras 800 mulheres do MST e do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) também ocuparam a sede da multinacional israelense Adama, em Taquari, no Rio Grande do Sul.

 

As ações fazem parte da Jornada Nacional de Luta das Mulheres Camponesas 2015, que traz o lema “Mulheres em luta: pela soberania alimentar, contra a violência e o agronegócio”.

 

Nesta segunda, mais de 15.000 mulheres participaram das ações em 15 estados brasileiros, com marchas, ocupações e trancamento de rodovias.

 

A jornada tem como objetivo denunciar o capital estrangeiro na agricultura brasileira por meio das empresas transnacionais, que intensificam os impactos já causados pelo latifúndio, como danos ao meio ambiente, ameaça à soberania alimentar do país e a vida da população brasileira, o que afeta de forma diretamente a realidade das mulheres.

 

Segundo as trabalhadoras rurais, a Cargill vem estimulando o desmatamento do Cerrado e a expulsão de milhares de famílias camponesas, ao apoiar a expansão dos monocultivos de soja e cana-de-açucar. “Esse é um projeto de morte, baseado na intoxicação do meio ambiente e da população, ao mesmo tempo em que deprime economicamente as regiões do estado e causa desemprego massivo”, afirmam em nota.

 

A mobilização, de acordo com as mulheres, também defende uma agricultura baseada nos interesses populares, na agroecologia e em sistemas cooperados, conservando o meio ambiente, gerando riqueza de forma sustentável e fornecendo alimentos saudáveis, diversificados e baratos para a população urbana, “o que só será possível com o fortalecimento da agricultura familiar e camponesa e a realização de uma reforma agrária efetiva”, apontam.

 

“As mulheres camponesas, ao assumirem a liderança dessa ação, evidenciam a necessidade de protagonismo das mulheres na política, na economia e na vida familiar, conquista que só se efetivará com a organização popular, a luta social e a elevação da consciência de toda a classe trabalhadora. A denuncia da Cargill é também uma denuncia contra todas as formas de violência contra as mulheres do campo”, conclui a nota.

 

Informações à imprensa:

 

Luiz Felipe Albuquerque

(11) 9 9690-3616