A Argentina: Fórum de Resistência contra o Agronegócio
A partir do 23 e até no dia 25 de junho será realizado em Buenos Aires, na Argentina, o Fórum Social de Resistência contra o Agronegócio organizado por organizações e entidades sociais da Argentina, o Equador, o Paraguai, a Bolívia e o Brasil.
Este Fórum é concebido pelos organizadores como um “espaço em defesa de nossa diversidade biológica e identidade cultural, que propõe um intercâmbio entre organizações de diferentes países do Cone Sul que lutam contra o modelo de monoculturas industriais”.
Os objetivos deste evento são questionar “o MERCOSUL das monoculturas que nos impõe o mercado global, coordenar estratégias de campanhas de resistência em nível regional e romper a divisão campo cidade no público e político, mostrar a cara política do agronegócio e denunciar os devastadores projetos de país e sociedade que implicam para o presente e as futuras gerações”.
Este Fórum constitui um contraponto aos que realizam as corporações dos agronegócios (biotecnológicas, fundos de investimento para sementeira, bancos, supermercados, etc.) durante o mês de junho na Argentina, entre eles: o encontro da Associação Internacional de Management de Agronegócios que se efetuou em Buenos Aires os dias 10 ao 13 de junho, e o de MERCOSOJA que se realizará do 27 a 30 em Rosario.
Que são os agronegócios?
Os agronegócios são diferentes processos implicados na produção e distribuição de alimentos, uma corrente controlada por grandes corporações que impõem um modelo de agricultura de grande escala e de comercialização concentrar.
Na atualidade, os agronegócios são o núcleo de poder das corporações que monopolizam as terras, cujo fim é aumentar sua produção de insumos industriais, sejam grãos de oleaginosas ou madeira para celulose para abastecer aos mercados globais. No entanto, implicam muito mais que as estratégias econômicas de um setor produtivo porque impõem uma nova forma de ditadura econômica neoliberal que nega os direitos econômicos, sociais e culturais dos camponeses e que perpétua a dívida ecológica dos países do norte com a hidrosfera sul.
Assim, ocupam as terras com monoculturas industriais que provocam o despovoamento rural, pobreza e destruição dos solos. Este modelo se restitui cada vez mais faminto expandindo a fronteira agropecuária até as zonas mais afastadas, incursionando nas regiões de maior diversidade biológica e cultural onde habitam os povos originários e comunidades camponesas.
Durante três dias, os representantes de organizações sociais e ecologistas compartilharão informação, intercambiarão experiências e desenvolverão novas estratégias de ação para poder atuar em forma coordenada no futuro.
Convocam o Fórum: o Movimento Camponês de Formosa (Formosa) Federação Nacional de Saúde – CTA, Rede Nacional Ecologista - RENASCE, Assembléia Patagónica, ANDHES (Tucumán), Frente de Luta Mapuche Camponês (Chubut), Unión de Trabalhadores Desocupados de Mosconi, (Salta) Grupo de Mães do Bairro Ituzaingó Anexo (Córdoba), Centro de Estudos e Investigação Social "Nelson Mandela" (Chaco), Equipe de Educação Popular da UPMPM, Centro de Proteção da Natureza – CEPRONAT (Santa Fé), Multisectorial da Capital Federal contra as Papeleiras, Comitê Movilizador do Fórum Social Mundial (FSM) em Buenos Aires, Cátedra Libre de Soberanía Alimentícia da UNLP.
Organizam no exterior: Ação Ecológica (Equador), Grain, BaseIS (Paraguai), Tierra de Diretos (Brasil), Agroecol (Bolívia) e RALLT - Rede por Uma a América Livre de Transgênicos.