MPA inicia jornada nacional de luta
O Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) realiza de 27 a 30 de março a jornada nacional de luta contra o agronegócio e em defesa da agricultura camponesa. No total são cerca de 15 mil agricultores mobilizados em 13 estados. O foco principal são multinacionais como a Monsanto, Bunge e Cargill que controlam a produção de grãos no mundo. Também serão alvos de denúncias às indústrias Sygenta e Novartis, Basf, Bayer, Nestlé, Danone, Aracruz e Veracel. As multinacionais só visam lucro, devastam o meio ambiente, são as principais responsáveis pela concentração de renda e capital, exclusão social no campo e outros prejuízos, muitos deles irreparáveis.
“A Monsanto, a Cargill e a Sygenta estão controlando as sementes. No Brasil, pressionaram o governo brasileiro para liberar os transgênicos e, com isso, cobrar royalties e controlar o comércio das sementes”, diz Altacir Bunde, da direção nacional do MPA. Para Altacir, a Monsanto cresceu porque os bancos investiram em ações e injetaram capital nela. Com isso, conseguiu controlar o comércio de grãos (soja e milho), construir fábricas de óleo e de veneno (o herbicida Round Up), patentear a soja transgênica e outros. “Essas grandes multinacionais são o núcleo central de dominação da agricultura brasileira, seja em grãos, seja em laticínios, seja na celulose, por isso, são nossas principais inimigas”.
O MPA luta em defesa dos oito milhões de famílias camponesas que tentam desenvolver uma agricultura baseada no trabalho familiar, na policultura, na agroecologia e pela soberania alimentar do povo brasileiro. Durante a jornada, o MPA apresentará a pauta reivindicações ao governo federal e apontará os principais problemas que os camponeses enfrentam.