Mulheres camponesas ocupam BNDES no Rio de Janeiro
Nesta quarta (02/03), cerca de 300 mulheres trabalhadoras do campo e da cidade ocuparam a sede do BNDES no centro do Rio de Janeiro para denunciar os malefícios do agronegócio à vida humana e à natureza. Durante o dia, farão um ato político à com a participação de várias entidades, sindicatos, partidos e movimentos sociais.
O objetivo da mobilização é denunciar os altos investimentos e empréstimos do BNDES aos grandes latifundiários e às transnacionais, que hoje dominam a agricultura no Brasil e que se apropriam da natureza e de toda a riqueza produzida em nosso país. Os recursos públicos administrados pelo BNDES não podem ser utilizados sem critérios técnicos e legais e desrespeitando a legislação ambiental em vigor, em favor de uma irresponsável e destruidora expansão dos monocultivos.
As organizações e movimentos exigem do Banco uma radical e profunda reorientação de sua política: Investimento prioritário em educação, emprego, saúde, direitos previdenciários, habitação e reforma agrária. E que não financie o Agronegócio e empresas como a siderúrgica TKCSA em Santa Cruz no Rio de Janeiro, que matam o mangue, o mar, contaminando o ar e colocam milhares de pessoas em situação insuportável de sobrevivência.
A mulheres defendem a agroecologia, a biodiversidade, a agricultura camponesa cooperada, a produção de alimentos saudáveis, a Reforma Agrária, os direitos previdenciários, a saúde e educação gratuita e de qualidade para todos. Para defender a terra, a água, as sementes, a energia e o petróleo como bens da natureza a serviço dos seres humanos.
Entre as organizações que participam da mobilização no centro do Rio estão: Via Campesina Brasil, MST, Mulheres PSOL, SEPE, INTERSINDICAL, Comitê Popular de Mulheres, PACs, DPQ, Marcha Mundial de Mulheres, CAMTRA, NEARA, UJC, Movimento Nacional de Luta por Moradia.
Em todo o Brasil, as mulheres da Via Campesina deflagraram a Jornada de Lutas das Mulheres para denunciar a utilização excessiva de agrotóxicos nas lavouras brasileiras, responsabilidade do modelo de produção do agronegócio. Já são seis estados se mobilizando.