ONGs se mobilizam para retirar água do GATS

2005-12-14 00:00:00

Cinco organizações não governamentais afirmaram no primeiro dia da 6
Conferência Ministerial da OMC que tentarão influir nas negociações para
excluir o tema água do GATS (acordo geral sobre serviços).

As organizações eram a Fundação Solon, da Bolívia, Save the Children, da
Noruega, The Council of Canadians, do Canadá, Africa Trade Network,
organização continental da África, e a Public Services International.

Os palestrantes disseram como e porque pretendem retirar a questão da
água das discussões do GATS (General Agreement of Trade in Services),
proposta em discussão na OMC para liberalizar o setor de servicos.

A decisão do governo norueguês, comentada pela representante da Save the
Children, Heidi Brynilden, foi muito celebrada pelos outros
participantes. Recentemente, a Noruega retirou de seu elenco de
exigências no GATS a questão da água.

Anil Naidou, do Council of Canadians, disse que “esse é um exemplo que
mostra como os movimentos podem interferir na agenda dos governos e
provocar mudanças na OMC”.

Pablo Solon, da Fundação Solon, disse que a campanha “WTO Out of Water”
tem o objetivo de fazer com que os países sigam o exemplo da Noruega
nesta conferência da OMC.

Mas para além disso, ele afirmou que é preciso levar a mesma posição
para os acordos regionais de livre comércio, como o Cafta (America
Central e America do Norte), reforçando o movimento de base nas
sociedades locais.

“O tema da luta contra os acordos de livre comércio passa pela
existência nos países de movimentos sociais mobilizados e muito fortes,
capazes de fazer retroceder esses processos de privatização”, disse
Pablo Solon.

Perguntado por uma pessoa da audiência se os negociadores nao
introduziriam o tema da água nas negociações secretamente, após
retirá-lo do GATS, Michael Wagshore, da Public Services International,
disse não acreditar nessa hipótese.

“A água mobiliza muito, as pessoas ficam emocionalmente afetadas por
isso. E os governos são sensiveis a esse fator, porque sabem do risco
político que correm”, disse ele. (PULSAR/fo/ab)

http://www.agenciapulsar.org