Camponeses da Indonésia sofrem violência e lutam pela Reforma Agrária
Cerca de 30% doa agricultores controlam 87% do campo na Indonésia. A reforma agrária desenvolvida em 1960 nunca foi implementada. Pelo contrário, a terra se concentra cada vez mais em mãos de indústrias nacionais e estrangeiras. "Neste conflito de terra, os camponeses e as camponesas sofrem muita violência", destacou a Federação dos Camponeses da Indonésia (Federation of Indonesian Peasant Union – FSPI) em um estudo de caso apresentado na Conferência Internacional da Reforma Agrária e Desenvolvimento Rural da FAO (Órgão das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura).
Em 2003, enquanto o número dos pequenos agricultores sem terra aumentou para 25 milhões, as empresas de plantação de palmito chegaram a 3 milhões hectares de terra, favorecidas por processos políticos. Isso porque as regiões ganharam autonomia e estão procurando atrair investores estrangeiros. Os governos regionais, por sua vez, aplicam violência contra os camponeses para tirar deles a terra, e o governo do país favorece a indústria de petróleo, minas e o turismo.
A violência assume várias formas, como relataram Henry e Tejo, representantes da FSPI, na plenária da conferencia da FAO: a manipulação de documentos sobre o tamanho dos territórios; pistoleiros que intimidam os camponeses; a polícia, que violenta e criminaliza os movimentos. Não há respeito nem aos territórios ancestrais.
A FSPI está lutando pela implementação da reforma agrária e contra a violência com estratégias diferentes: organizando e mobilizando os camponeses, criando alianças em favor da reforma agrária com acadêmicos e organizações de massa, desenvolvendo a formação de grupos de interesse para gerar pressão sobre o governo.