Organizações sociais se encontram com Hugo Chávez
Um dos pontos centrais que permeou as discussões da etapa latina do
Fórum Social Mundial, que aconteceu em Caracas, na Venezuela, foi a
relação entre movimentos sociais, partidos políticos e governo. Na
noite
de domingo, último dia das atividades do Fórum, uma reunião comprovou
este
caráter. Pela primeira vez, representantes da Assembléia Mundial dos
Movimentos Sociais se encontraram com um chefe de estado, o presidente
venezuelano, Hugo Chávez.
Geraldo Fontes, representante do MST na organização do Fórum Social
Mundial, afirmou que este encontro foi muito importante para todos os
movimentos. “O que ocorreu ali se constituiu em um diálogo muito
importante. Não estávamos lá para mostrar nossa pauta de reivindicação,
mas apresentar nossas estratégias e campanhas de luta para transformar
a
realidade. Além disso pudemos saber a visão do governo com relação às
questões defendidas pelos movimentos sociais”.
As organizações sociais apresentaram à Chavez os pontos centrais de
suas
articulações, suas posições políticas e a agenda comum, que haviam
sido
divulgadas pela manhã, durante a Assembléia Mundial dos Movimentos
Sociais.
As lutas dos movimentos no que diz respeito à dívida externa, meio
ambiente, guerra e militarização, tratados de livre comércio,
soberania
alimentar, direitos humanos, direito à comunicação, reforma agrária,
diversidade sexual e OMC foram discutidas com o presidente.
Depois de ouvir os movimentos e suas campanhas de luta, o presidente
Hugo
Chávez destacou a importância do diálogo que acontecia naquele momento
e
de um espaço como o Fórum para a construção de propostas e
alternativas.
Entretanto ele lembrou que é preciso aplicar estas propostas na
prática
para que as ações concretas avancem. Chávez disse também que é preciso
solidificar as experiências positivas que já existem. Como exemplo,
citou
o trabalho desenvolvido pelo MST em seus assentamentos e na produção
de
sementes.
Sobre a proposta da ALBA (Alternativa Bolivariana das Américas),
Chávez
lembrou que o projeto não é um documento, um tratado, mas sim uma
iniciativa prática de integração da América Latina, que atenda às
reais