Te convido a crer quando digo Futuro
Depois de um trabalho de discussões em grupos para levantar
temas prioritários em cada pais, se elaborou uma síntese dos
temas comuns, que se considerou mais importantes na atual
conjuntura:
- Problemas agrários (acesso a terra e a meios de produção)
- TLC
- Privatizações
- Desigualdade de gênero
- Militarização
- Migrantes, mulheres, jovens, camponeses e indígenas como
populações afetadas pelo neoliberalismo.
Por outro lado, se destacou a necessidade de construir uma
estratégia alternativa de desenvolvimento e da defesa da
soberania.
A mística do dia foi conduzida a partir de uma canção de Sílvio
Rodrigues que diz, "Te convido a crer quando digo futuro". A
partir dai, foi lembrado que "nosso povo tem sobrevivido por sua
capacidade de celebrar", a partir das pequenas coisas, da vida
cotidiana. Por isso, a simbologia do Grito, com seus elementos
culturais e místicos é importante nessa luta.
A partir dai, iniciamos uma analise mais teórica do conceito de
exclusão, a partir da perspectiva colocada por Nalu Faria, Pablo
Richard e Gerardo Cerdas em um painel. Nalu destacou a exclusão
de gênero como base material para a sustentação do capitalismo,
através da divisão sexual do trabalho e da divisão entre a
esfera publica e privada (produção versus reprodução). Isso gera
uma divisão simbólica de tarefas, de relações sociais e a
própria opressão de gênero. Essa opressão se manifesta de
diversas formas, como a banalização do corpo das mulheres, a
violência sexual e domestica, e o trafico de mulheres.
Portanto, è preciso construir a idéia das mulheres como
sujeitos políticos, pois a transformação de nossa sociedade
necessita da luta dos homens e das mulheres.
Pablo Richard lembrou a dimensão ética e teológica do nosso
trabalho. A economia de mercado nos faz acreditar que não ha
alternativas, que esse è o único sistema possível. Por isso, o
Grito representa esperança e possibilidade de criar novos
sujeitos políticos para realizar as mudanças necessárias.
Lembrou ainda a importância da utopia, primeiro porque nos
mostra por onde devemos caminhar e porque da sentido a qualquer
pequena ação que fazemos. Utopia e esperança são forças
subversivas.
Gerardo analisou a diferença entre os conceitos de pobreza e
exclusão. O conceito de pobreza se relaciona com um fenômeno
quase "natural" e portanto justifica apenas políticas
assistencialistas. Ja a exclusão se refere a uma relação de
poder, que demanda um processo de luta e transformação. Essa è
outra contribuição importante do Grito para nossos movimentos.