Para representante do Panamá, desafios são os mesmos em todo o mundo

Em marcha, mulheres defendem solidariedade internacional e respeito à diversidade

Luiz Carvalho
2013-09-02 17:00:00

 

Para Glória Castillo, do Panamá, em todos os países mulheres enfrentam os mesmos obstáculos

A manifestação que tomou a região central de São Paulo nesse sábado (31) e reuniu mais de 5 mil mulheres, contou com diversas lideranças internacionais.

Entre elas, a panamenha Glória Castillo, do coletivo de gênero ligado à Frente Nacional pela Defesa dos Direitos Econômicos e Sociais do Panamá (FDA). Para ela, apesar de nacionalidades diferentes na marcha, as mulheres enfrentam desafios muito parecidos.

“Falamos da violência doméstica, do assédio, da desigualdade salarial e de acesso aos melhores cargos no trabalho, da discriminação, da marginalidade, da pobreza. Por isso a solidariedade é importante, porque esse encontro de 60 países define a necessidade de uma luta conjunta contra o capitalismo, o patriarcado e o machismo”, ressaltou.

Fora do armário – Enrolada em uma bandeira com as cores do arco-íris, símbolo da luta contra a discriminação a gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros, a consultora de projetos Marília Passius não faz parte da Marcha Mundial de Mulheres ou de qualquer organização feminista, mas se considera como tal e já participou de muitas outras passeatas.

Para ela, a discriminação não mudou, apenas ficou melhor definida. “Os preconceituosos estão saindo do armário e assumindo o que são por conta da suposta guerra que se instaurou entre fundamentalistas e o resto da população. Não acho que hoje em dia seja melhor ou pior o preconceito, mas que os papéis estão mais claros.”

Apesar de ter sofrido preconceito, como muitas outras lésbicas, simplesmente por andar de mãos dadas com outra mulher, ela comenta a importância de mostrar a outras pessoas que não estão desamparados. “O processo quando a gente sai do armário e resolve agir política e socialmente como lésbica não é fácil, nunca é tranquilo. Não há uma receita para quem quer se assumir, mas acho que o mais ajudaria seria dizer que ele ou ela não estão sozinhos, sempre há mais gente como a gente.”, conclui.

 

01/09/2013

http://www.cut.org.br/acontece/23679/em-marcha-mulheres-defendem-solidariedade-internacional-e-respeito-a-diversidade