"Não basta que seja pura e justa a nossa luta,
é necessário que a pureza e a justiça existam dentro de
nós".
(Augusto Neto - Poeta Angolano)

Quando começamos a luta contra a ALCA (Quebec, abril de
2001), compreendemos que esta seria mais uma longa
batalha, que exigiria preparo físico, disposição,
consciência, compromisso com a nação e muita gente
organizada para que a nossa luta pudesse obter vitórias.
Até agora, nas várias etapas: divulgação, organização de
comitês, plenárias, curso de formação, debates,
plebiscitos, abaixo-assinados, a corrida foi bem sucedida
porque muita gente compreendeu, se comprometeu e entrou
na parada, a tal ponto que hoje o tema ALCA se tornou
conhecido no meio do povo.

No momento sentimos que várias pessoas e entidades deram
uma parada, uns para se refrescar tomar uma água, olhar o
que aconteceu, outros encostaram-se na sombra e gostaram.
Tudo bem que a gente tome um fôlego, dê uma revisada, uma
oxigenada nos pulmões, reparar músculos e nervos porque a
maratona tem que continuar, caso contrário o troféu
ficará nas mãos do nosso inimigo.

Foi pensando nisso que a 12ª Plenária Social sobre a
ALCA, realizada em São Paulo nos dias 4 e 5 de outubro,
com 80 pessoas representando 19 Estados, fez um bom
balanço da Campanha Brasileira Contra a ALCA e não teve
dúvidas ao reafirmar que a Campanha contra a ALCA tem que
continuar. Nosso objetivo é que o Brasil se retire das
negociações da ALCA. Para isso é fundamental que o
governo viabilize o plebiscito oficial sobre a ALCA em
2004.

Essas propostas precisam continuar nas ruas com força e
conteúdo, por isso, neste momento é necessário:

- Rearticular e reanimar os comitês Estaduais/ Locais.

- Buscar aquelas pessoas entidades que pararam no
caminho.

- Juntar forças com os Movimentos Sociais para realizar
as lutas concretas, no dia a dia.

- Investir na divulgação, no trabalho de base e
conscientização.

- Trabalhar a formação e capacitação dos lutadores do
povo.

- Trabalhar a data de 03 de Outubro de 2004 para a
realização do Plebiscito Oficial sobre a ALCA.

- Realizar nos municípios e estados audiências públicas
sobre a ALCA.

- Pressionar, nos locais, os parlamentares federais para
que apóiem o projeto de plebiscito oficial sobre a ALCA
em 2004.

A tarefa, com certeza, não é fácil como já sabíamos, mas
temos exemplos recentes e que indicam caminhos e
demonstram que é possível mudar os rumos da história. O
povo argentino, venezuelano, e ainda quentinho está o
exemplo do povo indígena boliviano, não nos deixam
dúvidas que o sonho e a utopia dos de baixo pode se
tornar realidade.

Companheirada, nosso desafio prioritário é buscar aquelas
pessoas e entidades que se desgarraram do processo,
animar ainda mais os que continuam na luta, rearticular e
reanimar os comitês, organizar nossas agendas e bola pra
frente porque o jogo esta apenas no começo.

Em Belo Horizonte, durante o FSB, passe na banca do Grito
dos Excluídos pegue cartazes e cartões postais para
continuar animando a Campanha contra a ALCA e pelo
Plebiscito Oficial da ALCA em 03 de Outubro de 2004.

São Paulo, 31 de Outubro de 2003.

COORDENAÇÃO NACIONAL DA CAMPANHA BRASILEIRA CONTRA A
ALCA, A DÍVIDA EXTERNA E A MILITARIZAÇÃO