Equador marca presença no IV Fórum Social das Américas
Junto com as diversas delegações das principais organizações e movimentos sociais do continente, a Confederação Nacional de Organização Camponesas, Indígenas e Negras, FENOCIN, participa do IV Fórum Social Américas que teve início dia 11 com uma marcha massiva que percorreu as principais avenidas de Assunção, Paraguai.
O Fórum Social das Américas é parte do processo Fórum Social Mundial, inciado em 2001 e passou a constituir-se um dos mais amplos espaços para a articulação de iniciativas sociais, desenvolvimento de pensamento crítico e a construção de alternativas a ordem neoliberal, sob o comum convencimento que "Outro Mundo é Possível".
O Fórum Social das Américas é uma iniciativa que nasce no seio de um agrupamento plural e diverso, que incorpora a diferentes setores do movimento social: indígenas, camponeses, mulheres, sindicalistas, jovens, GLBT, ambientalistas, de direitos humanos; iglesias, meios de comunicação, centros de estudos, entre outros.
Este processo se realizou pela primeira vez no Equador em julio de 2004, e implicou em um reconhecimento simbólico ao país, devido a um referencial importante de luta social contra o neoliberalismo, de maneira especial se reconheceu a permanente participação do movimento indígena equatoriano. Este processo de articulação de múltiplos atores e dinâmica se convocou em 2006 na Venezuela, depois no 2008 na Guatemala e hoje é recibido com entusiamo pelo povo paraguaio.
Entre os principais eixos do Fórum estão: Os alcances e desafios dos processos de mudança no hemisfério: post-neoliberalismo, integração, socialismos, Buen Vivir / Vivir Bien e mudanças civilizatorias; Estratégias de militarização e dominação imperial, e alternativas de resistência dos povos; Defesa e transformação das condições e modos de vida frente ao capitalismo depredador. A Soberania Alimentícia como núcleo de novos equilíbrios de vida; Povos e nacionalidades indígenas originários e afrodescendientes: o desafio da plurinacionalidade; As disputas hegemônicas: comunicação, culturas, conhecimentos, educação; Memória e justiça histórica tendo como eixos transversais a igualdade de gênero e diversidades.
Luis Andrango, presidente da FENOCIN, e delegado oficial da Coordenadora Latino-americana de Organizações do Campo, CLOC e Via Campesina, foi um dos conferentes convidados do painel de Soberania Alimentar, luta pelo território e reforma agrária. Na mesa mesa esteve Roberto Baggio do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Brasil, Tomás Palau de Paraguay e Dolores Sales de Guatemala. “Esse debate reflete o processo de reforma agrária no atual contexto do Equador, a função social da terra e o regime de propriedade”, afimou Andrango.