Boletim Eletrônico - MMC Brasil

2010-03-25 00:00:00

Boletim Eletrônico - 23.03.2010

Os 100 anos do 8 de março
Comemorando os 100 anos do 8 de março como dia internacional de luta das mulheres, o MMC está mobilizado em conjunto com outros movimentos sociais em diversas regiões do Brasil. Este dia sempre foi marcado pela luta e pela organização das mulheres, gerando conquistas de direitos sociais e mais autonomia para as mulheres, além de questionar a ordem vigente.
Neste ano, estamos em mais uma Jornada Nacional de Lutas, para dar continuidade a toda história de luta que juntas estamos construindo nesses 100 anos, pois acreditamos que vários fatores ainda precisam e devem ser transformados. As atividades da Jornada de Luta estão acontecendo desde o dia 03 e estendem-se até o dia 14 de março.
Balanço de atividades pelo Brasil
No Rio Grande do Sul, as atividades concentraram-se nos dias 03 e 04 de Março em Palmeira das Missões e em Porto Alegre.
Em Palmeira das Missões mais de 800 mulheres da Via Campesina e Movimento dos Trabalhadores Desempregados - MTD trancam a RST 569, KM 5. Após seguiram em caminhada até a praça da Matriz onde, pela parte da tarde, fizeram um estudo sobre a violência contra as mulheres do campo e da cidade.
Em Porto Alegre, as mulheres realizam várias ações de denúncia. Em frente a empresa Solae, as mulheres amamentaram esqueletos que simbolizam o sugamento das mulheres pelo capital, principalmente o agronegócio, além de denunciar o uso abusivo dos agrotóxicos e transgênicos, ao mesmo tempo, outro grupo ocupou o Ministério da Agricultura. Na tarde as mulheres se dirigiram a UFRGS, onde conjuntamente com os estudantes pautaram pela retirada do projeto do Parque tecnológico que prevê a cedência de um espaço publico da universidade para empresas como BUNGE, Aracruz Celulose, realizarem pesquisas conveniadas a instituição. A ação mobilizou cerca de 800 mulheres da Via Campesina e organizações urbanas.
O MMC da região próxima a Santa Maria reuniu aproximadamente 600 mulheres camponesas para um dia de estudo e celebração. O encontro aconteceu no município de Ivorá. Na região litorânea, as mulheres camponesas realizaram encontro regional no dia 06 para debate sobre políticas públicas e posterior realizaram audiências em todos os municípios pautando a questão do código florestal e do combate a violência.
No Acre, as atividades aconteceram no dia 04, na capital Rio Branco. Cerca de 100 mulheres do MMC e da CPT realizaram uma passeata pautando a implementação do bloco de produtora rural. Uma comissão foi recebida pelo presidente da Assembleia Legislativa, que ficou com o compromisso de discutir com o secretario da fazenda sobre a implementação do bloco de produtora para as mulheres trabalhadoras rurais.
Em Santa Catarina, o Dia Internacional da Mulher está com amplo debate sobre o tema Bioma Mata Atlântica em seis regiões do estado: São Miguel do Oeste, Dionísio Cerqueira, Chapecó, Joaçaba, Anita Garibaldi e Mafra. O objetivo neste dia é aprofundar as discussões sobre o tema e dar continuidade à luta por políticas públicas: pagamento por serviços ambientais – PSA, subsídio para a produção de alimentos saudáveis e a carência nas dívidas da agricultura familiar e camponesa.
Em Dionísio Cerqueira cerca de 1000 mulheres de SC e PR estiveram reunidas em um ato de rua onde realizaram a entrega de pauta no Banco do Brasil.
Da mesma forma em São Miguel do Oeste reuniram-se 400 mulheres, em Chapecó 700 mulheres, em Joaçaba 300 mulheres, em Anita Garibaldi 300 e municipalmente na cidade de Mafra. As mulheres tinham em seu publico: a Via Campesina, Movimento de Mulheres Trabalhadoras Urbanas e Pastorais da Juventude.
Em Minas Gerais, cerca de 300 mulheres do MMC e de organizações sindicais, estão concentradas em frente ao Banco do Brasil em Governados Valadares. Na pauta, elas exigem maior acesso ao crédito.
No Maranhão, cerca de 70 mulheres do MMC, Fórum de Mulheres, estudantes de escolas publicas, Fórum Amazônico Somos Nós, mobilizaram-se no dia 06, em Imperatriz, pautando os efeitos das mudanças ambientais na vida das mulheres. No dia 08, as atividades concentradas em Imperatriz foram abertas com uma caminhada de rua das mulheres camponesas, que desdobrou em palestras em escolas e exposição de produtos das mulheres. O dia encerrou com um ato publico pelos 100 anos do dia Internacional da Mulher, resgatando as lutas históricas das mulheres e prestando homenagem as mulheres feministas haitianas que sofreram e morreram com o terremoto naquele país. Várias entidades e organizações de mulheres que trabalham no campo e na cidade promoveram esta seqüência de atividades, entre os quais: MMC – Movimento Interestadual de Quebradeiras de Coco Babaçu - MST – Grupo Mulher: Ética e Libertação – Pastoral da Educação – Centro de Cultura Negra – ASSARI – STEI – CPCDH – Clube de Mães de Imperatriz.
Mais atividades estarão acontecendo nos dias 09 e 10. No dia 9 , às 14hs acontecerá uma audiência  com o Prefeito Municipal sobre demandas  das políticas públicas para as mulheres. No dia 10, às 17hs acontecerá uma reunião com os presidentes de Partidos Políticos do Município discutindo o papel da mulher nos partidos, o empoderamento e participação nas eleições.
Em Roraima, as atividades do Dia Internacional da Mulher foram marcadas por palestras e mobilizações, no último sábado 06. Com a participação de 30 mulheres, a formação e o ato de rua concentraram-se em São João da Baliza onde foi pautado a violência contra a mulher, o Dia Internacional da Mulher, as linhas e as bandeiras de luta das mulheres.
O MMC de Roraima, realiza as atividades alusivas ao 08 de março na cidade de Santa Helena do Uiaren, na divisa com a Venezuela. A programação iniciou no dia 06 com a chegada das participantes e no dia sete centraram-se na formação política, pautando temas como: soberania alimentar, a atuação da Lei Maria da Penha e a violência contra a mulher. Diante desses debates, no dia 08, cerca de 200 mulheres fizeram uma passeata entre a fronteira do Brasil e da Venezuela concentrando-se na praça Simon Bolívar, da cidade de Santa Helena.
Em Alagoas, no dia 08 de Março, a Via Campesina (Movimento de Mulheres Camponesas, Movimento dos Pequenos Agricultores, Movimento Sem Terra) e AMIGREAL, com 450 companheiras e companheiros para demarcar este dia como dia de luta e resistência camponesa. A mobilização aconteceu em Arapiraca, segunda maior cidade de Alagoas. A mobilização denunciou os grandes projetos do capital, como o avanço do monocultivo da cana-de-açúcar, Canal do Sertão, transposição do São Francisco e as investimentos do governo que somam mais de 400 milhões de reais para a Vale verde, empresa mineradora que desde a década de 80 pesquisa o solo do Agreste alagoano. Estudos realizados pela empresa de desenvolvimento de Recursos Naturais (EDRN) e Companhia de Desenvolvimento de Alagoas (Codeal) que hoje estão em poder da Companhia Vale do Rio Doce, mostram a ocorrência de 344 jazidas em 14 municípios do Agreste e Sertão alagoano. Dessas ocorrências, cerca de 30 são para minérios não-metálicos, tais como: grafita, halita e amianto.
Em Mato Grosso, cerca de 200 mulheres do MMC e MST realizaram nos dias 06 e 07 formação política para debater a conjuntura atual, os dados sobre violência contra as mulheres, a luta de classes e o modelo do agronegócio. No dia 08 realizaram na Praça da República, centro de Cuiabá, um ato de rua denunciando a violência do modelo capitalista patriarcal e machista.
No Mato Grosso do Sul, 300 mulheres da Via Campesina participaram desde o dia 06 de diversas atividades de formação pautando a participação das mulheres na luta. No dia 08 de março, as mulheres saíram em marcha pelas ruas centrais de Campo Grande, com faixas, cartazes e megafones. As camponesas entregaram ao INCRA local uma pauta de reivindicações para melhorias na área de educação, saúde, crédito para as mulheres do estado. Hoje (9/3), às 13h30, as manifestantes tiveram uma audiência para negociar a pauta entregue.
Na Paraíba, as mulheres estarão concentradas no Cassino da Lagoa, em João Pessoa, de onde sairão em marcha pelas principais ruas da cidade pautando principalmente a violência contra a mulher. Em todo o estado acontecerão atividades alusivas aos 100 anos do Dia Internacional da Mulher.
Em Cajazeiras as mulheres realizam uma celebração em memória das mulheres assassinadas no município e região e também uma caminhada pelas principais ruas da cidade, pautando justiça frente à impunidade dos crimes cometidos contra as mulheres. A caminhada termina em frente ao Fórum de Cajazeiras. Seguem em atividades nos dia 09 e 12 os municípios de Queimadas, monteiro e Remígio.
Em Tocantins, 60 mulheres participaram, no dia 07, de uma reunião de estudo em Nova Olinda. Os principais pontos de discussão foi a violência domestica, a previdência social e a alimentação escolar. Além do MMC, participaram do evento o Sindicato dos Trabalhadores Rurais, APAE e Casa do Idoso.
No Espírito Santo as atividades concentraram-se no norte do estado e na capital. No município de São Mateus, norte do estado, cerca de 400 mulheres do MMC e da Via Campesina fecharam a BR 101 e seguiram em caminhada até o Banco do Brasil, onde foi entregue uma nota pública pautando políticas para as mulheres camponesas. Em Vitória, mulheres do campo e da cidade, representando o MMC, Via Campesina e organizações urbanas realizaram uma marcha pelas principais ruas da capital concentrando-se em frente ao Palácio Anchieta, em um ato público pautando por maiores políticas publicas e pelo fim do latifúndio.
Em Goiás as atividades concentraram-se no município de Rubiataba, onde cerca de 500 mulheres da Via Campesina reuniram-se nos dias 06 e 07 em uma atividade de formação, onde foi debatido o papel das mulheres nos movimentos sociais, violência contra mulher, gênero, classe, monocultivos, agricultura camponesa e o agronegócio. No dia 08 as mulheres realizaram um ato de rua com panfletagem, pautando os temas debatidos nos dias de formação. O município de Rubiataba foi escolhido por ser o local com maior monocultivo de cana-de-açúcar do estado.
No Pará, na região de Tucurui, o MMC reuniu nos dias 06, 07 e 08 de março, mais de 80 mulheres para estudar e debater sobre: violência contra as mulheres, políticas publicas para as mulheres, impacto dos grandes projetos hidrelétricos para a região na vida da população local. Aproveitando o encontro, planejaram suas ações para os próximos anos. Na quinta feira, dia 11, cerca de 150 mulheres do MMC, CPT, CFR e Associações de trabalhadores rurais fizeram uma ocupação no INCRA, no município de Conceição do Araguaia. A ocupação pauta principalmente, a agilidade na implementação nas áreas aprovadas do programa “luz para todos”, a intervenção do INCRA perante as empresas de mineração para ressarcir os prejuízos que as mesmas vêm causando nas áreas de assentamento, nos quais vem realizando suas pesquisas; a Recuperação das estradas, a efetivação de uma educação que respeite a cultura do povo do campo e a criação de um fórum municipal, para discutir a educação do campo.
Na Bahia um acampamento estadual que reuniu mais de 1500 mulheres da Via Campesina e Trabalhadoras Urbanas, a abertura da atividade aconteceu no dia 04 seguida de uma vigília no dia 05 e debates sobre violência contra mulher. No dia 06 os debates centraram-se sobre a temática da soberania e segurança alimentar. No dia 07, aconteceram  40 oficinas sobre diversos temas onde o MMC coordenou a oficina sobre biodiversidade e soberania alimentar. No dia 08, a caminhada de rua contou com a participação de cerca de 2000 mulheres, deslocando-se até a praça central de Salvador onde aconteceu o ato político demarcando os 100 anos do dia internacional das mulheres, 10 anos de acampamento estadual das mulheres a luta contra a violência e pela soberania alimentar.
Equipe de Comunicação
MMC- Brasil