Ministério Público criminaliza trabalhadores da Via Campesina vítimas de ataque da Syngenta
Brasil: Ministério Público criminaliza trabalhadores vítimas da Syngenta
O Ministério Público denunciou ontem (10), oito trabalhadores da Via Campesina e pediu a prisão preventiva de outros dois, pelo ataque da milícia armada contra o acampamento, no dia 21 de outubro, no campo de experimentos transgênicos da transnacional Syngenta Seeds, em Santa Tereza do Oeste.
Na denúncia os trabalhadores estão sendo responsabilizados pelo ataque do qual foram vítimas. O absurdo maior é em relação à Isabel Nascimento de Souza, que quase foi executada, permanecendo vários dias em coma, e perdeu a visão de um olho por causa de um tiro à queima roupa, mas levianamente está sendo denunciada por tentativa de homicídio.
No ataque o militante Valmir Mota de Oliveira (Keno), foi executado com dois tiros à queima roupa, como comprovado no inquérito policial, e mais seis trabalhadores foram gravemente feridos.
Mesmo com várias provas e indícios de que o ataque ao acampamento da Via Campesina foi arquitetado pela transnacional Syngenta, em aliança com a Sociedade Rural do Oeste do Paraná (SRO) e o Movimento dos Produtores Rurais (MPR), os mesmos não foram responsabilizados e continuam impunes.
Enquanto isso, os trabalhadores que foram vítimas do ataque surpresa da milícia armada da Syngenta, estranhamente estão sendo indiciados como suspeitos do crime.
Neste caso, fica claro a manipulação e inversão de papéis, onde os camponeses atacados estão sendo processados e acusados de violentos. Os camponeses prometem recorrer até que os mandantes e executores sejam, devidamente punidos.
Até o momento a Via Campesina não teve acesso ao inquérito.