Inaugurado em Habana, o III Encontro Hemisférico de luta contra a Alca

2004-01-27 00:00:00

Mil e qüarenta e dois delegados de 32 países do continente
participam desde hoje e até o dia 30 participam em diversos espaços
de debate, conferencias, painéis e oficinas temáticas e setoriais,
cujo propósito é articular ações e estratégias de lucha cojuntas
frente a um mal que quer destruir as economias e identidades de
nossos povos.

¨A Alca é muito mais que um acordo para criar uma área de livre
comércio, é um projeto de dominação continental, um esquema para o
saque sistemático da região, uma concepção sobre o desenvolvimento
socioeconômico e sobre a soberania e funções dos estados nacionais¨,
afirmou Osvaldo Martínez, presidente do Comitê Organizador Cubano,
na conferencia inaugural do III Encontro Hemisférico de luta contra
a Alca, que ocorre em Havana. O fórum que reúne a setores sociais,
sindicais, campesinos e indígenas, religiosos, parlamentários,
mulheres, jovens e cientistas socias da região, tem diante de si um
novo e desafiante objetivo: dinamizar as ações de mobilização e
resistência dos povos, estabelecendo em cada países relações entre
os temas continentais e suas realidades nacionais.

Segundo o especialista cubano, ¨a Alca suave pode ser mais perigosa
porque por trás de sua aparente suavidade permanece intacta a
concepção neoliberal essencial, os temas que estão de acordo com a
agenda predileta dos que propõem este projeto, a ilusão do falso
desenvolvimento mediante uma economia e uma sociedade de mercado¨.

¨Isto – enfatizou Martínez em sua conferencia inaugural – deixa
clara a necessidade de manter e multiplicar as mobilizações e ações
contra a Alca, seja esta aparentemente suave sejam os acordos
bilaterais de livre comércio¨.

Desta forma, que seja suave ou rígida em sua aparência, a Alca é
projeto para consolidar o domínio imperialista, expandir o
antidesenvolvimento neoliberal, saquear nossos recursos e empobrecer
e humilhar os latino-americanos, e, por isso, não pode ser
legitimado nem deixado de ser combatido por nós que queremos e
acreditamos em um outro mundo melhor e possível.