IV Cúpula dos Povos - 16 a 18 de abril de 2009

2009-04-14 00:00:00

A Quinta Cúpula presidencial das Américas será realizada em Trinidad e Tobago, em abril de 2009. Será a primeira cúpula continental após Mar del Plata, 2005, quando se confirmou o fracasso da ALCA e também a primeira em que Barack Obama participará como novo presidente de Estados Unidos.
Para o movimento popular, essa reunião será uma importante ocasião para definir uma posição pública frente aos acontecimentos do último ano, incluindo os problemas da integração regional, a crise, a definição de posições do novo governo dos EUA, assim como para discutir a agenda do movimento social com vistas a aprofundar o debate, a resistência e a formulação de alternativas ao modelo neoliberal. Também será o momento para estreitar os laços com os movimentos sociais do Caribe.
Os temas da Cúpula das Américas já foram apresentados pelo comitê organizador, neles se evidencia um fortalecimento das ideias neoliberais como estratégia de saída da crise e uma preocupação cada vez maior em relação à segurança e à militarização de nossos países; os eixos de trabalho serão: segurança energética, sustentabilidade ambiental, segurança pública e governabilidade democrática.
Um antecedente importante deste processo, feito por iniciativa dos Estados Unidos, no governo de Bush, foi a reunião dos representantes do Canadá, Colômbia, Costa Rica, Chile, El Salvador, Estados Unidos, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Peru e República Dominicana, realizada em Nova Iorque, em 24 de setembro de 2008, para ressaltar o “compromisso comum com a liberalização do comércio e investimentos” e reivindicar que haviam “tomado medidas para assinar e colocar em vigor tratados de livre comércio” que, segundo eles, “contribuirão significativamente para a redução da pobreza” e declararão seu “compromisso com a concertação de um acordo ambicioso nas negociações da Rodada de Doha da Organização Mundial do Comércio, com os objetivos do livre comércio e a continuação dos esforços para promover a integração econômica no hemisfério”.
Como foi manifestado na Cúpula dos Povos realizada em Salvador, Bahia, “o atual governo de Bush nos Estados Unidos tem buscado dividir a região, reeditar a fracassada proposta da ALCA, dificultar ou evitar os processos de integração regional alternativos e aprofundar os esquemas de livre comércio, abertura aos investimentos, endividamento em vários países e militarização, e a União Européia segue buscando impulsionar políticas similares em nossa região”. Debate-se ainda se o novo governo de Obama continuará estas políticas ou repensará as relações com a região.
Por outro lado, vem sendo desenvolvidas na América Latina iniciativas de integração que apontam para uma maior autonomia regional, excluindo os EUA, como ficou evidente nas cúpulas presidenciais que coincidiram em Salvador, Bahia no final de 2008. Contudo, estes processos e a distância tomada em relação à política de Bush não estão isentas de contradições.
O papel dos movimentos sociais no reconhecimento dessas contradições e na geração de propostas alternativas de integração agora adquire, frente à IV Cúpula dos Povos, uma relevância ainda maior. Este será o espaço para renovar o questionamento ao modelo econômico neoliberal e para exigir de nossos governos políticas de desenvolvimento baseadas na igualdade e na justiça social, garantindo a soberania alimentar e energética, o cuidado com o meio ambiente, os laços de cooperação latino-americana, a igualdade de gênero e a diversidade étnica e cultural.
Além disso, será de grande importância para o intercâmbio com os movimentos sociais do Caribe, a fim de continuar avançando na integração dos povos e de fortalecer nossa voz de repúdio ao modelo neoliberal. Convidamos desde já movimentos sociais, camponeses, indígenas, sindicais, de mulheres, organizações ambientalistas e de direitos humanos, bem como redes e outras organizações a participarem da Quarta Cúpula dos Povos, que será realizada em Trinidad e Tobago em abril de 2009 frente à V Cúpula de Chefes de Estado das Américas. Devemos definir com precisão o dia da nossa reunião próxima às datas da Cúpula oficial, diferenciando-as e buscando os recursos financeiros entre todos. Esperamos suas reações e contribuições para coletivamente construirmos a agenda e a metodologia de nossa Cúpula.
Mais informaçao: www.cumbredelospueblos.org