Na força da indignação, sementes de transformação!
Com o tema “Brasil: Na força da Indignação, sementes de transformação”, o Grito dos excluídos mobilizou mais de mil cidades em todo o Brasil. Em alguns Estados, os protestos ainda não terminaram.
Informes parciais, que continuam chegando na secretaria nacional do Grito dos Excluídos, já registram a presença de mais de 300 mil pessoas em todo o país. Somente em Aparecida, na região do Vale do Paraíba (SP), cidade simbólica para os manifestantes do movimento, foram 87 mil. Na capital paulista, a caminhada da Praça da Sé até o Monumento do Ipiranga levou cerca de 10 mil manifestantes, que participaram ativamente com falas e dinâmicas próprias em cada bloco. Isso deu grande visibilidade aos variados grupos que compunham o grito. Foi muito interessante e positivo, perceber que o momento eleitoral não tomou conta do Grito. A maioria das pessoas participantes estava voltada para as discussões levantadas pelo movimento, como a reestatização da Vale do rio Doce; a atual política econômica dependente que privilegia o capital financeiro, o pagamento da dívida e o superávit primário. Em geral, o povo que saiu às ruas, mostrou que continua com esperança em construir alternativas de vida através dos/as excluídos/as da nossa sociedade.
No Estado da Bahia, 50 mil pessoas participaram das manifestações. Em baixo de chuva, cerca de 10 mil pessoas fizeram o Grito em Salvador. O Ceará contou com mais de 40 mil participantes. Desses, 15 mil protestaram em Fortaleza. Em Recife (PE) foram mais de 20 mil pessoas, que “gritaram” contra a exclusão social e a política econômica do país.
No Rio de Janeiro, o "Grito dos excluídos" ocupou com uma passeata, uma das pistas da Av. Presidente Vargas, local onde aconteceu os desfiles oficias. Foram 5 mil pessoas, com faixas e bandeiras, protestando contra a corrupção e pedindo prioridade para políticas sociais, como a reforma agrária, além de mudanças na política econômica.
Em Cuiabá e Várzea Grande/MT, o Grito reuniu centenas de pessoas na praça Alencastro, que seguiram para onde aconteceu o desfile Cívico de 7 de setembro. Protestaram sobre o caso do despejo das famílias da Gleba Espinheiro, área marcada por conflito pela posse da terra e que fica situada entre Várzea Grande e Jangada. Também presente o movimento estudantil que tem lutado pela melhoria do transporte coletivo e ampliação do passe livre em Cuiabá.
Em Belém do Pará, após os desfiles militares e de escolas, percorrendo uma das principais avenidas de Belém, a Presidente Vargas, o Grito reuniu mais de 5 mil pessoas para protestar contra os problemas da região Metropolitana de Belém, taxa de consumo de energia elétrica e privatização da Companhia Vale do Rio Doce - CVRD.
Na capital Federal, Brasília, o Grito dos Excluídos protestou contra a desigualdade, a corrupção na política e o modelo econômico. O protesto, que é realizado simultaneamente com os desfiles oficiais na Esplanada dos Ministérios, reuniu cerca de dois mil manifestantes. Palavras de ordem como “só se comemora independência com justiça social” e Água e Energia não são mercadoria, fizeram parte do manifesto.
Em Pernambuco, mais de 20 mil manifestantes (segundo a Polícia Militar) percorreram toda a extensão da Avenida Conde da Boa Vista, no Centro do Recife. A marcha saiu logo após a passagem do desfile cívico-militar de sete de Setembro.
Em Ji-Paraná, Rondônia, os organizadores do Grito decidiram fazer da Semana da Pátria de 2006, mais uma semana de cidadania, gritando por democracia direta e participativa, exigindo um basta à corrupção e a impunidade”.Durante a semana, centenas de pessoas gritaram por melhorias no setor de saúde pública em Ji-Paraná, fazendo um levantamento dos principais problemas das pessoas que vivem e moram na cidade. E acabamos de receber um balanço da secretaria nacional que trás os seguintes números: Amazonas - 8 mil; Amapá , 1 mil; Macapá – 400; Bahia - 50 mil; Ceará 40 mil
Fortaleza - 15 mil; Em Goiânia foram 1.500; Em Belo Horizonte 2.500; E, Cuiabá, já recebemos informes de uma manifestação de 600 pessoas. Em João Pessoa - 1.500; Curitiba, 500 e Maringá, 100. O Rio Grande do Norte, que realizou o protesto em 06 de setembro, reuniu 3 mil pessoas; Mossoró - 500 pessoas. Em Boa Vista , 1 mil pessoas; Porto Alegre - 10 mil; Em Santa Catarina -, mais de 100 pessoas
Também se reuniu no Brasil, durante esta Semana da Pátria, a coordenação continental do Grito dos Excluídos. Foram 14 países refletindo sobre as problemáticas dos países e as distintas vias que os povos estão construindo em seu processo de resistência e libertação contra o neoliberalismo. Durante a reunião foi lembrado que há exemplos recentes onde a esperança de transformação política foi golpeada, mas não vencida. Lembrou-se o caso do Peru e o México. Também Colômbia, onde a direita se fortalece com a eleição de Álvaro Uribe. No Brasil, Argentina e Uruguai se fortalecem governos aparentemente progressistas que, em realidade, fortalecem as políticas neoliberais.
O objetivo do Grito dos Excluídos foi fazer deste sete de setembro, um momento de protesto contra a exclusão social e por mudanças na política econômica do governo. Sem dúvida nenhuma, os primeiros resultados que chegam na secretaria demonstram que espaços populares foram fortalecidos. Os próximos passos agora, seguem no sentido de fortalecer uma proposta de Democracia Direta e Participativa e autonomia dos movimentos sociais.
Secretaria Continental do Grito dos Excluídos
- “Por trabajo, justicia y vida” -