Presentação do Grito dos Excluídos
O que é o Grito?
É uma grande manifestação popular para denunciar todas as situações
de exclusão e assinalar as possíveis saídas e alternativas. É um
processo onde os mais diversos setores de excluídos/as têm voz e
presença e participam em todas as etapas.
O grito nasceu no Brasil há cinco anos como resposta à crescente
exclusão social registrada pela aplicação de políticas de ajuste
neoliberal. Esse clamor chegou a outros países da região e várias
coordenações de movimentos sociais, sindicais e ecumênicas
concordaram em impulsionar o Grito Latino-americano dos Excluídos/as
sob o lema “Por Trabalho, Justiça e Vida” cujo momento culminante
será dia 12 de outubro de 1999.
Objetivos
- Denunciar o modelo neoliberal excludente e perverso, que ameaça e
destrói a vida e o meio-ambiente.
- Fortalecer a soberania dos povos e a defesa da vida.
- Resgatar as dívidas sociais
- Lutar pelo não pagamento da dívida externa.
Eixos Orientadores
- Denunciar a realidade: dívida externa, desigualdades sociais,
opressão, falta de democracia, desemprego, etc.
- Dar voz às aspirações: trabalho, justiça, vida, dignidade, paz,
democracia, solidariedade, etc.
- Articular forças: em âmbito local, nacional, subregional e internacional,
e processos organizativos (movimentos, coordenações, redes, etc.).
Isto é, o Grito está composto de muitos Gritos específicos, cada qual se
referindo a uma realidade concreta, e que vão formando um Grito
maior.
Critérios
O Grito é:
- Um espaço de convergência amplo para organizar a esperança sob o
lema de “Unidade na Diversidade” que respeita a autonomia e ritmo de
cada uma das dinâmicas.
- Uma dinâmica participativa cujo desenvolvimento se sustenta nos
compromissos e responsabilidades daqueles que se envolvem sem
precisar de nenhuma burocracia.
- Uma dinâmica descentralizada onde cada um pode tomar as iniciativas
que achar melhores, mas assegurando-se de comunicar a todos os
outros através da instância que for designada para facilitar as
comunicações.
- Um eixo de articulações sociais que convoca para coordenar ações,
formular agendas e projetos comuns.
- Uma iniciativa para estimular iniciativas e a criatividade em todos os
planos, a partir dos desafios maiores de cada realidade concreta.
- Uma ocasião para vincular e estabelecer pontes de comunicação
permanentes entre as organizações que aglutinam os/as excluídos/as
além de qualquer consideração orgânica.
Preparação
- Organizar em cada país uma equipe ampla de coordenação,
incorporando movimentos sociais e ecumênicos, ONGs, etc.
- Centralizar na medida do possível as informações de cada país em
uma secretaria, utilizando as estruturas já existentes de alguma
entidade.
- Criar uma rede de articuladores locais, regionais e de pessoas
dispostas a contribuir, seja na realização local ou com sugestões para a
coordenação nacional.
- Descentralizar os atos no dia do Grito buscando realizá-lo no maior
número de localidades possíveis, facilitando assim a participação dos
excluídos/as.
- Contribuir financeiramente, na medida do possível, para que seja uma
construção coletiva a partir da participação de todos.
Perspectivas
No ano 2000 o Grito dos Excluídos/as acontecerá em nível
continental com uma grande marcha dos povos até o centro
financeiro do mundo: Nova York.