Te convido a crer quando digo Futuro

2004-10-12 00:00:00

Depois de um trabalho de discussões em grupos para levantar
temas prioritários em cada pais, se elaborou uma síntese dos
temas comuns, que se considerou mais importantes na atual
conjuntura:

- Problemas agrários (acesso a terra e a meios de produção)

- TLC

- Privatizações

- Desigualdade de gênero

- Militarização

- Migrantes, mulheres, jovens, camponeses e indígenas como
populações afetadas pelo neoliberalismo.

Por outro lado, se destacou a necessidade de construir uma
estratégia alternativa de desenvolvimento e da defesa da
soberania.

A mística do dia foi conduzida a partir de uma canção de Sílvio
Rodrigues que diz, "Te convido a crer quando digo futuro". A
partir dai, foi lembrado que "nosso povo tem sobrevivido por sua
capacidade de celebrar", a partir das pequenas coisas, da vida
cotidiana. Por isso, a simbologia do Grito, com seus elementos
culturais e místicos é importante nessa luta.

A partir dai, iniciamos uma analise mais teórica do conceito de
exclusão, a partir da perspectiva colocada por Nalu Faria, Pablo
Richard e Gerardo Cerdas em um painel. Nalu destacou a exclusão
de gênero como base material para a sustentação do capitalismo,
através da divisão sexual do trabalho e da divisão entre a
esfera publica e privada (produção versus reprodução). Isso gera
uma divisão simbólica de tarefas, de relações sociais e a
própria opressão de gênero. Essa opressão se manifesta de
diversas formas, como a banalização do corpo das mulheres, a
violência sexual e domestica, e o trafico de mulheres.
Portanto, è preciso construir a idéia das mulheres como
sujeitos políticos, pois a transformação de nossa sociedade
necessita da luta dos homens e das mulheres.

Pablo Richard lembrou a dimensão ética e teológica do nosso
trabalho. A economia de mercado nos faz acreditar que não ha
alternativas, que esse è o único sistema possível. Por isso, o
Grito representa esperança e possibilidade de criar novos
sujeitos políticos para realizar as mudanças necessárias.
Lembrou ainda a importância da utopia, primeiro porque nos
mostra por onde devemos caminhar e porque da sentido a qualquer
pequena ação que fazemos. Utopia e esperança são forças
subversivas.

Gerardo analisou a diferença entre os conceitos de pobreza e
exclusão. O conceito de pobreza se relaciona com um fenômeno
quase "natural" e portanto justifica apenas políticas
assistencialistas. Ja a exclusão se refere a uma relação de
poder, que demanda um processo de luta e transformação. Essa è
outra contribuição importante do Grito para nossos movimentos.