Grito dos Excluidos/as 2000

2000-09-13 00:00:00

Grito dos Excluidos/as
Por Trabalho, Justiça e Vida

O Grito dos Excluídos é uma grande articulação popular nas Américas, com o
objetivo de denunciar situações de exclusão e elaborar alternativas. O Grito
foi criado no Brasil em 1995, como resposta ás desigualdades sociais e em
consequência da crescente resistência ao modelo neoliberal. Hoje, o Grito
está organizado em todos os países do continente americano.

Os principais objetivos do Grito dos Excluídos são: denunciar a exclusão
social e a destruição do meio-ambiente, fortalecer a soberania dos povos e a
defesa da vida, resgatar as dívidas sociais e lutar pelo não-pagamento da
dívida externa. Este ano, durante os dias 2 e 7 de setembro, o Grito
organizará no Brasil o Plebiscito Nacional da Dívida Externa, uma consulta
popular sobre o endividamento externo e interno. Esse evento irá mobilizar
milhares de pessoas em todo o país e contará com o apoio de grandes
articulações em nível continental.

O Grito dos Excluídos tem como lema a "Unidade na Diversidade". Essa
definição permite que os movimentos populares se organizem de diferentes
formas em cada país. Essas mobilizações incluem caminhadas, debates, eventos
culturais, exposições fotográficas, concursos de redação, etc. Esse tipo de
organização tem como objetivo construir parcerias para a elaboração de um
projeto popular e valorizar as culturas locais. O Grito tem apoiado, por
exemplo, a Campanha Jubileu 2000 pelo cancelamento da dívida externa; a
Marcha Mundial das Mulheres; a Aliança Social Continental, contra o Acordo de
Livre Comércio das Américas (ALCA); e a Marcha Rumo Á Fronteira, organizada
por grupos de defesa dos imigrantes no México e nos Estados Unidos.

Dia 12 de outubro, uma delegação do Grito dos Excluídos, formada por
personalidades como Perez Esquivel, Rigoberta Menchú, Frei Betto e o Bispo
Frederico J. Pagura, fará uma intervenção na Assembléia Geral das Nações
Unidas, com os seguintes objetivos: denunciar o Plano Colômbia, a
militarização e a intervenção norte-americana na América Latina; denunciar a
pressão das empresas multinacionais para produzir e comercializar alimentos
transgênicos; denunciar o modelo econômico excludente proposto pelo Fundo
Monetário Internacional e a implementação do Acordo de Livre Comércio das
Américas. Nessa ocasião, o Grito pedirá a libertação dos presos políticos
Mumia Abu Jamal (líder do movimento negro norte-americano, condenado Á pena
de morte) e Leonard Pertier (líderança indígena, condenado Á prisão
perpétua).

Após a reunião nas Nações Unidas, o Grito dos Excluídos fará uma caminhada
até a Union Square, em Nova York, onde haverá um grande ato cultural em
homenagem aos imigrantes nos Estados Unidos. Ao mesmo tempo, serão
organizadas vigílias em frente Ás embaixadas e consulados dos Estados Unidos
em todos os países do Continente.