FSM 2007: Organizações debatem sobre a resistência aos tratados de livre comércio

2007-02-02 00:00:00

Para debater sobre os acordos de livre comércio e apresentar propostas para um comércio justo, centenas de organizações se reuniram no Fórum Social Mundial, que terminou na semana passada em Nairobi, Quênia. Os Tratados de Livre comércio (TLCs) são uma das principais ferramentas do projeto de hegemonia econômica de paises imperialistas para a dominação e exploração de países da América Latina.

A Aliança Social Continental (ASC), os movimentos sociais e organizações da América que a integram, é hoje representa um dos grandes opositores ao modelo de livre comércio que tenta impor os Estados Unidos principalmente pela via dos TLC. Para o membro da ASC, Gonzalo Berrón, a União Européia (EU) não fica atrás dos EUA quando o assunto é o livre comércio. “É preciso desmistificar a idéia que temos sobre a EU. Ela age como os EUA, mas ninguém enxerga isso”, diz Gonzalo.

Desde os anos 90, a UE aprofundou sua concorrência com EUA para conquistar novos mercados para seus Transnacionais e, nesse contexto, há recentemente iniciado uma onda de diversos acordos de livre comércio no nível global. De um lado, há uma intensa disputa no marco da OMC onde a UE há geralmente pressionado para abrir o mercado global de serviços, e de outro lado, em uma estratégia complementar, a UE está negociando ‘acordos de associação' com várias regiões do mundo (incluindo a América Latina), tanto como Acordos de Associação Econômica com países do ACP (a África, o Caribe, Pacífico). Através das duas agendas, a UE está buscando impor condições neoliberais sobre os povos das regiões mais pobres da terra. Este seminário procura mostrar esse panorama amplo de como a UE opera no regime global de comércio.

Osvaldo Martinez, membro do Centro de Investigação de Economia Mundial de Havana (Cuba), argumenta que tais tratados são um pacote de integração de políticas criadas pelos EUA e (UE). “O livre comércio é uma grande mentira, que serve para a liberação financeira, contratação de trabalho barato e em condições precárias, etc”, afirma Osvaldo.

“Os EUA e a UE gastam mais em subsídios agrícolas para financiar produtores ineficientes e que são a negação do livre comercio, do que o valor destinado a ajuda oficial para o desenvolvimento de paises pobres em todo o mundo”, disse ainda Osvaldo.

Cuba não esta incluída em nenhum tratado, mas esta desenvolvendo junto com a Venezuela, Bolívia e Nicarágua o que se chama de Alternativa Bolivariana para as Américas (ALBA). “A proposta não se limita no comercio e ainda coloca a disposição a solidariedade latino-americana para apoiar setores como a educação e a saúde. Significa, por exemplo, a troca de petróleo por serviços médicos e educativos cubanos”, conclui Osvaldo.