A memória das intervenções dos EUA

2006-02-02 00:00:00

“A experiência latino-americana será o tema mais quente do evento”,
destaca o sociólogo Cândido Grzybowski, do Comitê Internacional do
Fórum Social Mundial e diretor do Ibase.

A expectativa é que o Fórum Social Mundial em Caracas tenha uma
participação maior dos países da América Central. Essa presença antes
era limitada pela distância e o custo da viagem até Porto Alegre, no
Sul do continente. Grzybowski entende que será fundamental a presença
dessas "nações que sofreram muito com intervenções dos Estados Unidos".
Uma das atividades mais importantes relacionada ao tema será um debate
sobre a luta antiimperialista, dia 25, organizada pela Via Campesina e
pelo presidente Chávez.

No dia 29, Chávez se reunirá uma vez mais com os movimentos sociais. A
resolução da Assembléia Mundial de Movimentos Sociais será apresentada
ao presidente venezuelano que deverá debater junto com as organizações
as alternativas propostas pelas mesmas.

Outro tema que deve ser bastante discutido no evento, explica o
sociólogo, é a relação entre partidos/governos e movimentos sociais. A
seu ver, diferente do fenômeno europeu, em que há um desinteresse cada
vez maior das organizações e da sociedade em geral pela política, na
América Latina ocorre o inverso. "Mas o interesse não é pela política
institucional", ressalta Grzybowski.

PRESENÇA ZAPATISTA

A organização do evento também se esforça para ter entre seus
participantes representantes Exército Zapatista de Libertação Nacional
(EZLN). Convidados pela Rede de Movimentos Sociais, os militantes
ainda não deram resposta, mas, de acordo com a organização do evento,
sua presença seria importante. "Nessa discussão de estratégia política
de esquerda, eles são atores principais", acredita Codas. Mesmo tendo
sido convidados para as outras edições, os zapatistas nunca
compareceram ao encontro, enviando apenas notas de apoio.