Tribunal julga terrorismo de estado dos Estados Unidos
A ingerência dos Estados Unidos nos assuntos internos de países em todo o mundo não é novidade. Assassinatos, conspirações, golpes, prisões, torturas,ditaduras e guerras foram e ainda são organizadas pelo país que tem em seu governo, o maior terrorista do mundo: George W. Bush. Para julgar os crimes que o império comete contra a humanidade se realizou ontem, durante o VI Fórum Social Mundial, o Tribunal Hemisfèrico contra o Terrorismo e pela Vida.
O Tribunal, presidido pelo sociólogo francês, François Houtart, contou
com intelectuais de todo o mundo em seu jurí. Apesar de não ter um
oficial valor jurídico, o tribunal significou uma expressão a mais na luta dos povos contra o terrorismo de estado desenvolvido pelos Estados Unidos. “A opinião pública tem o direito de saber a verdade dos fatos. Os crimes dos Estados Unidos necessitam ser denunciados e condenados por representar uma real ameaça à sobrevivência dos seres humanos”, afirmou Houtart na abertura do tribunal , que aconteceu no belo teatro Teresa Carreno.
Depois da apresentação dos jurados: intelectuais, juristas e defensores dos direitos humanos, foram chamadas diversas testemunhas. Ao longo do dia, cada uma delas, deixou cada vez mais claro como os Estados Unidos permanecem cometendo bárbaros crimes contra pessoas e nações do mundo inteiro.
Como o paraguaio Martin Uguaia, sequestrado em seu país em 1974, foi
levado diretemente aos Estados Unidos, onde foi torturado, preso e
considerado culpado por terrorismo intelectual.
Uma ex funcionària da Casa Branca apresentou diversas provas que
confirmam a participação dos Estados Unidos na tentativa de golpe contra o presidente venezuelano Hugo Chàvez. A Casa Branca deu dinheiro para financiar a elite venezuelana a atentar contra a democracia. Apesar do fracasso do golpe, os Estados Unidos permanecem com o objetivo de depor Chàvez, democraticamente eleito, do poder.
Os Estados Unidos cometem seus crimes nao apenas contra outras naçoes
do mundo, mas contra seus próprios cidadaos e cidadas. Foi o que pôde
ser comprovado com o depoimento de um estadunidense de Nova Orleans,
cidade arrasada pelo furacão Katrina, em 2005.
Além de negar os direitos básicos à população da cidade,
predominantemente negra, o estadunidense denunciou a omissão do governo no atendimento às vìtimas não apenas na emergência da tragèdia, mas nos dias que se seguiram à ela. Milhares de pessoas morreram de fome e tiveram seus direitos negligenciados.
Depoimento de familiares de soldados mortos no Iraque e de cidadaos
àrabes completaram os testemunhos do Tribunal. Por todos estes crimes, os Estados Unidos foram condenados por cometer, sistemicamente, crimes
contra a humanidade. "Essas ações não são acidentes da história, mas
resultado de uma política deliberada de dominação dos países estrangeiros e que geram casos de violação de direitos humanos contra seus próprios cidadãos", resumiu Houtart no encerramento.