Impacto das instituições multilaterais na Reforma Agrária e no campo

2005-01-30 00:00:00

Os debates e exposições que acontereceram hoje 28 de janeiro marcaram as pautas da luta pela terra na América Latina e no mundo espera conquistar a atenção de centenas de pessoas que estiveram no setor F do Fórum Social Mundial, em Porto Alegre.

O objetivo era ampliar as perspectivas locais e globais em relação ao impacto que causan nas instituções multilaterais na Reforma Agrária e no campo. Para isso, foram apresentadas diversas experiências que podem consolidar a postura
de repúdio ante as políticas de livre comércio, que buscam privatizar os recursos naturais que ancestralmente pertenecem ao mundo camponês e indígena.

A globalização e o sistema capitalista não respeita a Soberania Alimentar dos povos, impondo quer comer e como faze, além disso a concentração da terra nas mãos de poucos enrriquecidos pelo sistema. Todo o isto endossado pelas
Tudo isso patrocinado pelas instituções de comercio como o Banco Mundial (BM), a Organização Mundial do Comercio (OMC) e o Fundo Monetário Internacional (FMI), que são uma constante ameça para o exterminio dos povos.

Colômbia, representada por Hector Mondragom, da Coordinadora Indígena e Camponesa de seu país, falou que o preço da terra na Colômbia é mais caro que os salário dos camponeses, e que é obtida somente pelos grandes empresarios.

O BM está apoiando um programa chamado “Alianças estratégicas” que não tem como propósito dar terras aos camponeses colombianos, mas a intenção é produzir em
quantidades industriais a palma africana para a exportação
internacional. Mondragon disse: “O Banco Mundial ajuda os latifundiários, o ajudante dos projetos de livre comercio na América América... é o que paga os reais projetos contrários a Reforma Agrária. Os camponeses do meu país são
mortos por defender a terra, mas seguimos com fortes nesta luta, porque sabemos que é a mesma luta de todos e que mais cedo ou mais venceremos”.

Para a representante da FIAN que está a frente da Campanha Global pela Reforma Agrária, Wilma Strothenke, a estratégia do Banco Mundial aponta a aumentar o crescimento agrícola, por meio de ferramentas políticas como a liberação do
comércio, apoio a biotecnologia e a exportação, aumento do preço da água, privatização dos serviços rurais e apropriação de terras.

A Via Campesina também estava presente no debate, Paul Nicholson, membro do Comitê de Coordenação Internacional foi o encarregado de levar a mensagem dos camponeses e camponesas do mundo. A exposição de Nicholson foi baseada
na necessidade de compreender que a crise camponesa também afeta as cidades e os consumidores, por isso alerta para ter consciência do problema que passa a agricultura e a alimentação, que são direitos de todos e todas.

Diante deste panorama da Via Campesina somos obrigados a resistir como povo campones, resitir o modelo exportador que é o único que exporta a fome e miseria, e quer destruir o campo, destruir a capacidade de produzir e destruir
a cultura. Paul foi enfático e categórico com problema da alimentação imposta pelas trasnacionais: “Mc Donalds não alimenta o mundo, envenena o mundo... e nós temos que defender nossas culturas. Devemos ser consumidores
críticos, a OMC não pode seguir decidindo por nós, fora OMC da agricultura, Vamos seguir globalizando a luta e a esperança”.