Brasil de Fato: a pedra no sapato do neoliberalismo

2005-01-29 00:00:00

Uma grande festa, repleta de alegria, emoção e a certeza de que é preciso trilhar um caminho por um Brasil mais democrático e justo. Estes foram os sentimentos que emergiram do ginásio Araújo Viana, na noite desta sexta-feira, 29 de janeiro, na celebração do aniversário de dois anos do Jornal Brasil de Fato, que aconteceu dentro das atividades do V FSM.

Cerca de 6 mil pessoas, estiveram no local para apoiar e celebrar a existência de um veículo que, como o próprio nome diz, pretende mostrar e discutir os reais problemas do povo brasileiro, que não tem espaço na grande imprensa. Antes do ato político, músicas e canções sobre as lutas dos povos da América Latina, animaram as milhares de pessoas presentes.

“O Brasil de Fato é o único jornal de circulação nacional que defende os interesses dos trabalhadores, seja do campo, seja da cidade. É também o único que defende os interesses nacionais, a saúde, educação e um futuro soberano pro país”, afirmou o leitor Bolívar Gomes de Almeida, de Porto Alegre.

Durante o ato político, Hebe Bonafini, da Mães da Praça de Maio, da Argentina, emocionou à todos, com sua presença. “A revolução é o único caminho para os povos da América Latina. Por isso, a comunicação é indispensável.”

“Este jornal deixou o caminho mais curto na luta contra o
imperialismo”, afirmou Mustafá Barghouti, que ficou em segundo lugar nas eleições para a Autoridade Nacional Palestina.

O advogado e diretor do Jornal Correio da Cidadania, Plínio Arruda Sampaio usou de uma interessante metáfora para falar sobre o Jornal: “Quero dizer à vocês que, diante da mídia brasileira, o Brasil de Fato é uma pedrinha, mas se todos nós tivermos esta pedrinha, será uma pedrada, como na história de Davi e Golias. É disso que nós precisamos e é por isso que estamos aqui hoje. Aqui está a turma do estilingue”.

Os colaboradores e colaboradoras do periódico, que se foram nestes dois anos, foram homeageados durante o ato. Pessoas como o economista Celso Furtado e o professor Clóvis Moura, que deixaram um importante legado para as lutas sociais no país.

D. Tomás Balduíno, presidente nacional da Comissão Pastoral da Terra (CPT) homenageou também, D. Pedro Casaldáliga, bispo de São Felix do Araguaia, que depois de receber sua aposentadoria, está sendo pressionado a deixar a comunidade.

João Pedro Stedile, representando o conselho político do Jornal, disse que está convencido da importância do Jornal. “Ele é um instrumento necessário para subsidiar a militância e levar informação que ajude a organizar o povo”.

“Que o Brasil de Fato consiga ser cada vez mais forte na sua opinão. Que seu espaço valorize a cultura dos brasileiros, que é muito rica.

Por fim, que a gente possa, neste jornal, valorizar os brasileiros de fato”, desejou a atriz brasileira Letícia Sabatella Além dos citados, o ato político de 2 anos do Brasil de Fato, contou com a presença do teólogo brasileiro Leonardo Boff, da médica cubana Aleida Guevara, da jornalista estadonidense Medea Benjamin, da escritora e jornalista chilena Marta Harnecker, do historiador russo Kiva Maidanik, do escritor paquitanês Tarik Ali, do representante do governo da Venezuela, Maxmilien Averlaiz, entre muitos outros amigos e amigas e colaboradores do Jornal.