Trabalhar com o povo contra o livre comércio

Movimentos enfatizam prioridade ao trabalho de base e às ações de educação popular

2005-01-29 00:00:00

Organizações sociais de todo o mundo definiram, em Porto Alegre, um novo calendário de ações para combater os acordos de livre comércio. Mais de 600 pessoas participaram de duas assembléias sobre o tema, dias 28 e 29, quando discutiram meios e métodos de ampliar a resistência contra o neoliberalismo.

Os movimentos definiram que a principal mobilização do primeiro semestre de 2005 será a Semana de Ação Global dos Povos, de 10 a 17 de abril. Trata-se de uma atividade mundial, descentralizada, que ocorrerá em todos os continentes. A proposta surgiu em novembro de 2003, durante o Encontro Internacional das Campanhas de Livre Comércio, em Nova Délhi, Índia. Depois, houve um amplo processo de discussão entre as diversas redes de movimentos sociais e a idéia foi apresentada para centenas de pessoas em janeiro de 2004, no V Fórum Social Mundial, em Mumbai, Índia. Agora, em Porto Alegre, na Assembléia contra o Livre Comércio, as organizações deram os últimos contornos da mobilização que poderá entrar para a história como o maior processo simultâneo de atividades frente ao livre comércio (veja mais na edição impressa do Brasil de Fato).

No Brasil, a semana terá como foco maior a resistência frente à Área de Livre Comércio das Américas (Alca) e aos tratados de livre. Mas, em vez das tradicionais marchas e passeatas, a idéia agora é buscar outros métodos para realizar um trabalho de formação política com o povo. “Em cada país, a semana terá sua especificidade. No Brasil, queremos fazer algo como uma feira contra o livre comércio, algo dinâmico”, explica Gonzalo Berrón, secretário da Aliança Social Continental e da Campanha Continental contra a Alca – articulações de movimentos sociais e ONGs.

A segunda grande atividade de 2005 ocorrerá em dezembro de 2005, quando estiver ocorrendo, na cidade coreana de Hong Kong, encontro da Organização Mundial do Comércio (OMC). Segundo os movimentos sociais, o cenário preocupa. Após as recentes negociações de julho de 2004, quando ministros da Austrália, Brasil, Estados Unidos, Índia e União Européia reanimaram as negociações dentro da voltar à mesa de negociações, estabelecendo um novo cronograma de novas liberações.
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(leia mais na edição impressa do Brasil de Fato)