Inicia o II Encontro Nacional dos Povos das Florestas
Iniciou, ontem terça-feira, 18 de setembro de 2007, em Brasília o II Encontro Nacional dos Povos da Floresta, que tem como objetivo reviver a memória de Chico Mendes, que sempre lutou pela defesa e preservação das florestas brasileiras e pelo seu povo. O II Encontro que reúne indígenas, quilombolas, seringueiros, caiçaras, quebradeiras de cocos e outros grupos que habitam e cuidam das florestas, cerrados e matas do Brasil, segue até o dia 23 de setembro de 2007.
Na cerimônia de abertura do II Encontro Nacional dos Povos das Florestas, vários representantes governamentais, inclusive o presidente Lula marcou presença, que em seu discurso citou a demarcação da TI Raposa Serra do Sol como exemplo de avanço em seu mandato na proteção dos povos das florestas e seu meio ambiente. Em referência à Declaração da ONU sobre Direitos dos Povos Indígenas, Lula afirmou que o Brasil já está implementando os direitos dos povos indígenas reconhecidos pela ONU e que já demarcou mais de 10 milhões de hectares de terras indígenas durante seu mandato. Além da demarcação dos territórios tradicionais indígenas, o comprometimento do Governo com o desenvolvimento sustentável das comunidades e povos tradicionais das florestas foi destacado pelo Presidente, que deve assinar dia 21 de setembro em São Gabriel da Cachoeira o PAC dos Povos Indígenas.
As lideranças presentes pretendem dialogar e apresentar propostas aos Governos para que medidas efetivas de proteção às florestas e de redução do desmatamento, e da emissão de gases que geram o efeito estufa na terra sejam tomadas a fim de tratar sobre políticas de economia e desenvolvimento juntamente com a preocupação com questões de meio ambiente (especialmente mudanças climáticas) e respeito à diversidade social e cultural do Brasil. Apesar da redução do índice de desmatamento, no Brasil, 70% dos gases que causam o efeito estufa são emitidos em razão do desmatamento de queimada as florestas e quem sofre os efeitos mais drásticos da mudança climática, da seca e das alterações no meio ambiente são os milhões de habitantes das florestas brasileiras.
O clima de celebração das conquistas dos últimos 19 anos, quando foi realizado o primeiro Encontro idealizado por Chico Mendes, são combustíveis para novas reivindicações e reflexões acerca de soluções para problemas novos e antigos que ainda afetam a vida de indígenas e outros grupos tradicionais das florestas.
O Brasil precisa pensar em alternativas de desenvolvimento que respeitem o meio ambiente e as culturas e interesses dos povos das florestas. A Aliança dos Povos das Florestas promete mais uma vez exercer um papel fundamental enquanto sociedade civil nos rumos das políticas de desenvolvimento e meio ambiente do país.
Lideranças Indígenas do CIR participam do Encontro e fazem reivindicações dos povos indígenas de Roraima.