Atingidos pela barragem de Campos Novos realizam grande Assembléia
Cerca de 500 agricultores e (as) atingidos pela barragem de Campos Novos em Santa Catarina realizaram na tarde do dia 19 de setembro (segunda-feira) uma grande assembléia no Salão do Romeiro, município de Campos Novos.
Na última semana, a Fundação do Meio Ambiente do Estado de Santa Catarina (FATMA), divulgou resultado de um estudo oficial realizado na região atingida pela barragem de Campos Novos, em Santa Catarina. No estudo, a Fatma confirma o direito a reparação de 247 famílias que estão sendo excluídas por parte do consórcio ENERCAN, construtor da barragem, do qual faz parte a Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), que tem como acionistas o grupo VBC (Votorantin, Banco Bradesco e Camargo Correa) e a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) também do grupo Votorantin.
O estudo foi feito a partir de visitas e análise de documentação de cada família atingida que estava mobilizada na busca por seus direitos. A Fatma, que é o órgão responsável pelo licenciamento da hidrelétrica, estudou o caso de 247 famílias, sendo que apenas 10 delas tiveram caso negado. Destas, 165 famílias tem direito e estão sendo excluídas pela empresa, 18 casos estão na justiça contra a Enercan, oito precisam de revisão no valores da indenização, 14 já estão sendo reconhecidos e em 32 casos, é necessário revisão da documentação.
Os agricultores que participaram da assembléia e também de uma caminhada e uma manifestação na cidade de Campos Novos, estão muito revoltados com a posição da empresa ENERCAN, que mesmo com o estudo técnico do órgão ambiental (FATMA) que aponta 90 % dos casos positivos continua negando o direito legítimo das famílias.
Depois da caminhada os agricultores vão participar de uma audiência com a Juíza Adriana Lisboa, ÀS 18:30 h, onde será entregue o Estudo feito pela FATMA.
Os agricultores decidiram em assembléia montar mais um acampamento de vigília no portão que dá acesso a obra, e a partir de hoje serão dois locais de acampamento e constante vigília dos atingidos, que estão se mobilizando para impedir a concretização de mais um crime social e ambiental, as famílias vão resistir em suas comunidades e prometem permanecer em suas casas. Se a Licença de Operação for concedida as famílias vão permanecer em suas casas e prometem sair somente com a água, pois segundo eles não existe outro lugar para que possam morar.
As famílias aguardam com ansiedade o resultado da audiência, e esperam que a Juíza Adriana Lisboa considere esse estudo feito pela FATMA, e com isso possa pressionar o Consórcio ENERCAN, para que esse reconheça os direitos legítimos da população atingida, a fim de evitar conflitos e de resolver esses inúmeros problemas causados pela construção da obra que se arrastam por anos.
Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB.
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