Participantes do FSM protestam contra transgênicos em frente escritório da Monsanto

2005-01-28 00:00:00

O rede “Brasil Livre de Transgênicos, em parceria com a Via Campesina e o Greenpeace, protestou na manhã de hoje (28) contra a produção de alimentos transgênicos e o controle da alimentação mundial praticado pela Monsanto e outras multinacionais. A mobilização aconteceu em frente ao escritório da empresa, em Porto Alegre.

O protesto que contou com a solidariedade de cerca de 300 participantes do Fórum Social Mundial (FSM), consistiu na fixação de uma placa de ferro no chão escrito“Consulado da República da Soja”. Segundo o representante da Via
Campesina Internacional, Paul Nicholson, 90% da soja transgênica no mundo é da Monsanto.

“Queremos denunciar as perversões do sistema neoliberal. As grandescorporações, que controlam a agricultura e todos os setores da economia, só visam o lucro e promovem a destruição do meio ambiente”. Paul também destacou a
necessidade de continuar lutando contra os cultivos transgênicos e em defesa da soberania alimentar.

Mas o ponto alto do protesto foi o telefonema do francês José Bové - um dos fundadores da Via Campesina, conhecido mundialmente por suas ações contra o neoliberalismo e os efeitos da globalização - para prestar sua solidariedade
aos brasileiros mobilizados.

No mesmo instante, Bové comemorava o bloqueio de um navio argentino carregado com 30 mil toneladas de soja transgênica, na França. “Nossa luta vai de encontro com a luta de Porto Alegre e do Brasil. A Monsanto quer contaminar todo o planeta, mas nós vamos lutar contra eles”, disse Bové por telefone, ao povo no local.

O Greenpeace considera o plantio de trangênicos um atentado contra a biodiversidade e a soberania alimentar. A organização pede o fim da promoção das sementes geneticamente modificadas e a interrupção imediata do
desmatamento para o plantio de soja.

Durante a ação, os participantes também tentaram entregar aos diretores da Monsanto um manifesto responsabilizando a empresa pelos danos causados ao meio ambiente e à sociedade. Mas os manifestantes foram recebidos apenas pelo advogado da multinacional. “ A Monsanto fugiu não só dos aqui presentes, mas também de todos os participantes do FSM. Mais uma vez eles escaparam de suasresponsabilidades”, disse Nicholson.