Jaques Wagner manifesta apoio ao MST em congresso

2007-06-13 00:00:00

Nesta quinta-feira, o governador da Bahia, Jaques Wagner, manifestou apoio à Reforma Agrária e ao MST no seu 5º Congresso,
que reúne 18 mil delegados de 24 estados desde segunda-feira (11/06). "Tenho um compromisso de vida, não um compromisso de governador", disse sobre a amizade com o movimento.

Wagner disse que sente orgulho de ter defendido o MST na Câmara dos Deputados durante 12 anos. Agora, como governador, assumiu o compromisso de fazer a reforma agrária e apoiar a produção dos assentamentos.

O governador da Bahia assinou uma carta de compromissos com o movimento em março. "Os governos são passageiros, mas a luta do povo continua até vivermos numa sociedade sem exploradores e explorados", afirmou.

Antes dele, as 1.500 crianças e 400 educadores que participam da Escola Itinerante Paulo Freire, organizada durante o acampamento fizeram uma marcha pelo acampamento e se apresentaram no Ginásio. Cantando e dançando, de mãos dadas e no colo dos educadores, crianças e jovens de 0 a 11 anos lembraram que "o Futuro do país está nas mãos dos Sem Terrinha", filhos e filhas dos trabalhadores rurais que lutam pela Reforma Agrária".

Pela manhã, João Pedro Stedile, integrante da coordenação nacional do MST, e Regina Bruno, do Programa de Pós-Graduação de Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade da UFFRJ, fizeram uma exposição sobre as estratégias do agronegócio, dentro da globalização capitalista e do projeto de desenvolvimento para o campo brasileiro da Via Campesina no Ginásio Nilson Nelson, em Brasília.

Após as 14h, a construção de um conjunto de propostas voltado para a agricultura familiar, com crescimento econômico, distribuição de renda e preservação do meio ambiente será tratada por Dom Tomás Balduíno, da Comissão Pastoral da Terra. Fátima Ribeiro, integrante da coordenação nacional do MST, vai apresentar os eixos do Programa Agrário do Movimento.

O programa apresenta objetivos e propostas concretas para a resolução da questão agrária, com a garantia de boa qualidade de vida e trabalho aos Sem Terra e a superação da brutal desigualdade social no campo. Além disso, propõe o modelo da soberania alimentar, com a produção de alimentos a toda a população, e a preservação da natureza.

Às 18h30, o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, participa de uma mesa redonda para discutir a
"Criminalização dos Movimentos Sociais", que contará com a presença de 200 participantes, principalmente estrangeiros.

Para amanhã, às 11h, está previsto um ato com governadores de estados brasileiros.