Ato das sementes festeja decisão da COP-8
A manutenção da moratória contra as sementes Terminator determinada pela COP-8 (8ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica), na sexta-feira (24/10) animou o ato em defesa das sementes promovido pela Via Campesina na conferência paralela.
Camponesas de todo o mundo realizaram uma mística sobre a importância da semente para a sobrevivência da humanidade. Depois deram depoimentos sobre a situação agrícola nos seus países, destacando que a semente deveria estar nas mãos dos camponeses.
O indígena Lorenzo Muellas, ex-parlamentar na Colômbia, afirmou que os povos indígenas defendem a manutenção das sementes nas mãos dos camponeses porque foram os seus antepassados que plantavam e utilizavam técnicas próprias. “A terra e todos os recursos naturais fazem parte da economia. Não a do dinheiro, mas sim a da sustentabilidade”, argumentou.
Para manter as tradições, produzir alimentos saudáveis e não degradar o ambiente surge a agroecologia. Fabiano Oswald, integrante do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), contou a experiência da Bionatur, centro de produção de sementes agroecológicas no Rio Grande do Sul. Situada no município de Hulha Negra, foi criada em 1997 como uma alternativa concreta de produção e de geração de renda para as famílias assentadas na região.
A entidade é organizada pelas próprias famílias sem-terra da Coonaterra (Cooperativa Agroecológica Nacional Terra e Vida). Entre as sementes produzidas, sem qualquer tipo de agrotóxico, estão a abóbora, alface, agrião, beterraba, cebola, couve e ervilha. “A Bionatur comprova que a agroecologia é uma alternativa viável aos transgênicos e a esta tecnologia excludente”, defendeu