Movimento global pela água sai fortalecido do México
Articular um movimento global contra a privatização da água e pela construção de modelos públicos de gestão do recurso. Esse é o desafio que as organizacoes que participaram do Forum Internacional em Defesa da Água, que terminou neste domingo, na Cidade do México, se propõem a enfrentar. As entidades organizadoras também estão convocando um ato público para o dia 22, quando termina o IV Fórum Mundial da Água, considerado o "Davos da água".
A declaração final do encontro, que será apresentada à imprensa nesta segunda, no Monumento à Revolução, tambem defende que o tema da água não seja mais tratado no âmbito da Organizacao Mundial do Comércio (OMC). "A água é um bem comum, e o seu acesso é um direito humano inalienavel", diz um trecho do documento.
Ao cabo de três dias de debates, os movimentos, organizações e ativistas que se reuniram no encontro redigiram uma declaração final e um plano de ação. A declaracao final faz uma crítica ao Fórum Mundial da Água, afirmando que esse não é o espaço adequado para discutir o tema, uma vez que controlado por transnacionais da água, instituicoes financieras multilaterais e governo coniventes com as politicas neoliberais.
O texto também destaca o papel das mulheres e dos povos indígenas na preservação e na defesa da água. Rechaça as politicas de privatização da água, como as parcerias público-privadas, e defende modelos de gestão pública e social do recurso. Entre as propostas, o documento defende a articulação global das empresas públicas que fazem a gestão da água.
O plano de ação preve campanhas internacionais contra transnacionais como Nestlé, Suez e Coca-Cola, e deve instituir um dia como marco internacional do movimento global em defesa da água.