Luta contra privatização da água cresce na África do Sul
Cidade do México - A onda de privatização dos recursos hídricos na África do Sul está sendo barrada pela resistência das comunidades, afirma o ativista Richard Bricks Mokolo, da comitê de água da região de Orange Farm. Na última década, após o fim do apartheid no país, iniciou-se um outro tipo de discriminação. "Às pessoas negras se negou o processo de desenvolvimento", resume Mokolo.
O avanço do neoliberalismo no país ocasionou, relação à água, trágicos problemas. Incentivadas pelos programas de parcerias público-privadas (PPPs), as transnacionais Suez e Bi-Water implementaram um sistema pré-pago de cobrança pelo uso da água, como acontece na telefonia celular. Milhões de sul-africanos pobres tiveram bloqueados o direito de usar a água, o que está gerando doenças em crianças, por desidratação e pelo consumo de água contaminada.
No entanto, com marchas, bloqueios de estrada, atos políticos, as populações das comunidades pobres sul-africanas começam a resistir. De acordo com Mokolo, a Suez já foi expulsa da sua região (Orange Farm). "As empresas são muito fortes, mas a resistência do povo tem feito elas recuarem", afirma.
Richard BricksMokolo é um ativista político que já militou na luta contra o apartheid, na década de 1980.