Quando é preciso gritar
Nós, da Marcha Mundial das Mulheres, que organizamos manifestações em todo Brasil, reafirmamos: o 8 de março, Dia Internacional da Mulher, é dia de luta. E toda forma de luta dos movimentos sociais vale a pena.
Nossas companheiras da Via Campesina têm todo nosso apoio e compromisso nas ações contra o agronegócio da morte.
A expansão do eucalipto e da acácia transforma o território brasileiro em um deserto verde. Estas empresas vendem a ilusão do progresso e de que qualquer pesquisa é favorável à humanidade. No entanto, o que recebemos é o Brasil subordinado à tirania do mercado internacional. E o agronegócio de exportação, baseado no uso intensivo de recursos naturais e na superexploração do trabalho.
Dizemos não à tudo isto. Queremos a que a organização da economia e da sociedade tenha no centro o bem-estar e a felicidade das pessoas e não o lucro de poucos. Queremos emprego com direito a salário digno. Queremos terra para quem nela trabalha. Queremos as sementes e a biodiversidade como patrimônio dos povos e à serviço da humanidade.
Não aceitamos a criminalização dos movimentos sociais.
Toda solidariedade às mulheres camponesas.
Transformar o mundo para transformar a vida das mulheres.
Coordenação Executiva da Marcha Mundial das Mulheres
Brasil, 9 de março de 2006