Fórum Terra, Território e Dignidade faz balanço das atividades em Porto Alegre
Titulação de terras aos agricultores, garantia de posse das terras herdadas em herança, reforma agrária sustentável que desenvolva o campo. Estes foram algumas das questões que precisam ser resolvidas no campo.
Representantes de organizações sociais camponesas, de mulheres, jovens, indígena, pastores e pescadores apresentaram um balanço do Fórum Terra, Território e Dignidade, na tarde desta quinta-feira (09/12) na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), em Porto Alegre (RS).
Lisiane Cunha, da juventude da Confederação Nacional de Trabalhadores na Agricultura (Contag) coloca que as principais reivindicações femininas seguem na direção da igualdade na questão de gênero. Ela coloca que, na questão das titulações de terra, por exemplo, apenas 20% das mulheres possuem a posse de suas áreas rurais, sendo que de 60% a 70% destas trabalham produzindo alimentos.
Também apontaram a necessidade de se criar uma política global que dê a garantia da posse de terras herdadas a mulheres e aos jovens. Na luta, as mulheres se comprometeram a se engajar ainda mais e construir a Marcha Mundial de Mulheres.
De acordo com Nivaldo Ramos Silva, integrante do movimento de jovens e ligado à Comissão Pastoral da Terra (CPT), o pouco acesso à educação de qualidade no interior das cidades e a falta de recursos para iniciar a própria plantação, tornando-se independente dos pais, são os problemas a serem revertidos pela juventude. Oitenta por cento dos jovens com menos de 20 anos no mundo são oriundos de países em desenvolvimento, onde recebem menos de mil dólares per capita por ano.
Os povos indígenas e os pescadores defenderam a manutenção das culturas tradicionais e a necessidade dos movimentos sociais resistirem às investida s neoliberais de privatização, dominação e militarização. Indígenas apontaram a necessidade dos governos e dos órgãos internacionais consultarem o povo antes de formularem as políticas públicas.
Representantes dos camponeses, Paul Nicholson, da Via Campesina Internacional, trouxe a tona a responsabilidade dos governos em realizarem urgentemente a reforma agrária, dentro dos princípios de sustentabilidade e da autodeterminação dos povos.
Nesse sentido, a organização reivindicou, junto à Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), a criação de um grupo de trabalho para colocar em prática a reforma agrária e de um fundo, a fim de arrecadar dinheiro para os camponeses.