As mulheres têm um papel fundamental na agricultura. Mas no mundo inteiro o acesso à terra delas e dos jovens é restrito. Estratégias para acabar com a desigualdade foram debatidas num grupo de trabalho no Fórum “Terra, Território e Dignidade” paralelo à II Conferência Mundial sobre “Reforma Agrária e Desenvolvimento Rural”, organizada pela FAO (Organização da ONU para a Agricultura e a Alimentação). As propostas vão ser integradas no relatório final que vai ser apresentado para os governos.

Jovens que migram para as cidades na Nova Zelândia. Valores patriarcais e dificuldade das mulheres de participarem na sociedade indígena no Canadá. Dificuldade de conseguir um pedaço de terra para as mulheres da Guatemala. Falta de formação entre as mulheres de El Salvador. Falta de aplicar as leis na Uganda, as quais em teoria garantem acesso à terra para todas e todos, mas que na prática ninguém nem sabe que existem.

Os problemas que as e os participantes no grupo de trabalho “Gênero, gerações e juventude: o acesso de mulheres e jovens e sua participação na gestão da terra e dos recursos” levantam parecem diversos, mas todos têm uma base comum: A falta de uma reforma agrária integral, baseada na igualdade de mulher e homem, com direito de acesso à terra para as mulheres.

Durante dois dias as participantes do grupo elaboraram propostas para o relatório final que vai ser apresentado para os governos. As camponesas e camponesas reclamam um reforma agrária integral, com assistência técnica, educação e saúde no campo. “Queremos voz e voto”, resume uma indígena de Guatemala. “Queremos conhecer nossos direitos para alimentar nossas familias. Queremos uma reforma agrária de igualdade de gênero.”

Segurança alimentar pede também uma mulher das Filipinas. Pois nas Filipinas, 7 de 10 camponeses não têm terra. E é o sistema mundial que impede isso: A presidente das Filipinas colabora com os multinacionais, como acontece em muitos países. Então a luta para a implementação da reforma agrária consiste em uma luta contra todo o sistema capitalista, patriarcal e machista.