Via Campesina protesta contra Lula e Banco Mundial

2006-03-08 00:00:00

A Via Campesina Brasil fez na manhã desta terça-feira (07/03) uma manifestação para mostrar aos delegados dos 81 países que participam da Conferência da FAO que a Reforma Agrária não caminha no Brasil e 200 mil famílias permanecem acampadas à beira de estradas. “A reforma agrária do governo Lula está praticamente parada e não é modelo para os outros países. Não foram desapropriadas as terras do latifúndio para fazer assentamentos”, afirmou Adelar Pretto, da coordenação do MST (Movimento Sem Terra) do Rio Grande do Sul.

Os 2 mil camponeses saíram do acampamento montado no Parque da Harmonia, à margem do Rio Guaíba, e caminharam 8 quilômetros até a PUCRS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul), onde acontecem as discussões da Conferência. À frente do centro de convenções, foram construídos 10 barracos de lona preta, sustentados em pilares de madeira, montando uma moradias igual à das famílias sem-terra. Nos barracos de lona, os trabalhadores rurais escreveram mensagens aos conferencistas e à sociedade gaúcha, como “120 mil famílias acampadas”, “Rossetto lies”, “Rigotto mente”, “RBS mente” e “Sementes, patrimônio da humanidade”.

“Estamos mostrando para o mundo, que está aqui para a Conferência da FAO, que não está acontecendo a Reforma Agrária no Brasil, os números do governo não são verdadeiros e não existem condicões de mudar a estrutura fundiária no país de forma conciliada com o agronegócio”, afirmou Pretto. “Somos contra o programa de reforma agrária do Banco Mundial implementado em vários países do mundo, que não tem como objetivo distribuir a terra para os trabalhadores, mas mercantilizar a terra”, disse Flavio José Viviano, da coordenação do MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores).

“Somos contra o programa de reforma agrária do Banco Mundial implementado em vários países do mundo, que não tem como objetivo distribuir a terra para os trabalhadores, mas mercantilizar a terra”, disse Flavio José Viviano, da coordenação do MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores).