Milhares marcharam em repúdio a Bush
O frio e a pertinente garoa, que às vezes se intensificava, não impediram que mais de 20 mil pessoas integrantes de organizações de diversas orientaçoes políticas e ideológicas coincidissem em marchar juntas, com suas consignas tais como “Bush terrorista”, “Não a ALCA e ao ‘livre’ comércio”, “Não à militarização da América Latina”, e muitas outras que expressam a rejeição ao modelo econômico, político, social e cultural que o imperialismo norte-americano tenta impor ao mundo.
A marcha desmentiu nos fatos a campanha mediática orquestada a semanas para semear o medo e a desconfiança das pessoas que habitam esta cidade e predispor-los contra os visitantes, ao descrevê-los pouco menos do que como selvagens que vinham saquear e destruir tudo a su frente. Não teve nenhum incidente no longo trajeto que percorreram os manifestantes por toda a avenida independência, uma das vias principais da cidade, desde a avenida Luro e até o complexo desportivo. Não foi necessária a presença de forças policiais, a ordem foi mantida pelos próprios manifestantes e nem um efetivo policial ou militar foi visto no trajeto, estes estavam em ruas paralelas e sobretudo concentrados ao redor do muro metálico que segregou a parte da cidade onde se celebrasse a Cupula presidencial.
Os comércios permaneciam fechados e protegidos muitos deles com madeiras ou ferros metálicos em seus vitrais, muitos comentavam na marcha quanto teriam vendido em suas lojas com as ruas cheias de pessoas. No entanto há que dizer que pese à campanha orquestada milhares de marplatenses integravam a marcha e que os visitantes sentimos a hospitalidade e o espírito amistoso dos habitantes deste lugar. Os táxis circulavam pese a que as seguradoras lhe retiraram a proteção por 48 horas.
Consignas, canções, leitura de fragmentos da declaração final da Cupula dos povos, expressões musicais da cultura popular latinoamericana e uma profusão de cartazes e bandeiras, deram um colorido e força enorme àquela massa humana que com energia, mas sem agressividade, levantavam suas vozes para fazer valer seus direitos, sonhos e anseios mas sentidos.Uma presença foi constante ao longo de toda a marcha: a imagem do Che,portada em bandeirolas, banners, camisas e publicações que se distribuiam, são a evidência de que seu exemplo imortal segue alentando a todos os que lutam contra o imperialismo em qualquer parte,e supostamente nesta terra que o viu nascer.
Os manifestantes receberam a seu passo, desde muitos balcões,janelas e calçadas a saudação de famílias marplatenses que dessa forma se somavam também ao protesto.
Ao termino do percurso os manifestantes ingressaram ao estádio mundialista para dar início ao ato de fechamento desta jornada onde se espera a presença do presidente venezuelano Hugo Chávez Frias.
Outros grupos não vinculados à Cupula dos Povos, anunciavam outras manifestações para esta tarde coincidindo com o início da reunião de presidentes.