Análise do MAB sobre o crime social e ambiental causado pelo rompimento das barragens da Samarco (vale/bhp billiton) 1. o que aconteceu em Mariana, Minas Gerais

MAB
2015-12-04 22:00:00

Belo Horizonte, 23 de novembro de 2015. MAB

 

Na tarde do dia 05 (quinta) de novembro de 2015, ocorreu um grande crime social e ambiental no município de Mariana, Minas Gerais, causado pela mineradora SAMARCO MINERAÇÃO S.A., empresa pertencente à VALE e à BHP BILLITON. As barragens de Fundão e Santarém, de propriedade da SAMARCO, localizadas a 35 km do município de Mariana e a 125 km de Belo Horizonte (MG), romperam-se no alto das montanhas, e notícias indicam 55 a 65 milhões de m³ de resíduos da mineração causou enxurrada de lama que matou pessoas, destruiu moradias, escolas, plantações, infraestrutura, contaminando toda água do rio Doce, levando a morte de animais e a totalidade dos peixes, acabando com vida existente ao longo de todo rio.

 

O volume pode ter sido bem maior. Conforme dados do Cadastro Nacional de Barragens de Mineração, do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), a barragem de Fundão possuía 130 metros de altura e “Volume Total do Reservatório Absoluto” indica 92 milhões, e Santarém indica 31 metros de altura e volume maior. Quando estourou, a lama contaminada desceu morro abaixo atingindo 8 metros de altura, passando por cima e destruindo por completo a comunidade de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo, e seguiu destruindo tudo ao longo de três rios: rio Gualaxo do Norte, rio Carmo e finalmente rio Doce. Entre os distritos e comunidades atingidas próximos de Mariana estão Bento Rodrigues, Camargos, Paracatu de Cima, Paracatu de Baixo, Pedras, Bicas, Campinas, Ponte do Goma e Goiabeiras. No meio rural (como em Gesteiras e Barretos) e urbano da cidade de Barra Longa, de 6.143 habitantes, várias áreas, ruas e casas foram completamente tomadas pela lama.

* versao PDF