Release das Atividades da Jornada Continental no Brasil

10 Anos: Basta! Fora as Tropas da MINUSTAH do Haiti

2014-06-07 23:00:00

 

No dia 22 de maio, a Câmara dos Vereadores de São Paulo realizou sessão solene de entrega do título de cidadão paulistano ao senador haitiano Jean Charles Moise.

 

Iniciativa da vereadora Juliana Cardoso (PT), a sessão solene foi convocada em conjunto pelo Comitê Defender o Haiti é Defender a Nós Mesmos e se constituiu num ato pela Retirada das Tropas da ONU do Haiti, parte da Jornada Continental pelo fim da ocupação militar daquele país.

 

Além da vereadora Juliana, compuseram a mesa os deputados do PT Adriano Diogo (estadual) e Renato Simões (federal); os vereadores do PT José Américo Dias, presidente da Câmara e Paulo Fiorilo, presidente do Diretório Municipal do PT-SP; João B. Gomes, pela CUT; Milton Barbosa pelo Movimento Negro Unificado e Flavio Jorge, pela CONEN; Erik Bouzan, Juventude do PT e Luã Cupollillo da Juventude Revolução; Markus Sokol, membro do Diretório Nacional do PT; Gegê, da Central de Movimentos Populares e Cleiton Gomes, diretor do Sindicato dos professores Municipais de SP; Antonio Pinto e Catia Silva representaram a Secretaria pela Igualdade Racial da Prefeitura de São Paulo. Uma expressiva delegação de imigrantes haitianos esteve presente.

 

José Américo, que também é membro da Comissão Executiva Nacional do PT, reafirmou que "sou pela retirada das tropas". O Presidente do PT municipal de SP, igualmente, colocou-se a disposição para os encaminhamentos da campanha pela retirada das tropas do Haiti e a vereadora Juliana, que também faz parte da CEN do PT revelou que “a diplomacia do Brasil no Haiti chegou a questionar essa concessão, mas em conjunto com o Comitê e os movimentos mantivemos essa decisão”. E, provocando uma reação de entusiasmo dos haitianos, acrescentou "estamos com vocês até o fim”.

 

Nesta que foi a terceira visita ao Brasil do senador haitiano Jean Charles Moise ele também participou de atividades em Brasília nos dia 20 e 21/5. Na Câmara dos Deputados houve Audiência Pública sobre a presença das tropas brasileiras no Haiti, por iniciativa dos deputados federais Fernando Ferro (PT/PE) e Renato Simões (PT/SP). Ferro declarou “a presença militar do Brasil no Haiti preocupa. O governo deve adotar uma postura de transição para a retirada das tropas". O deputado Renato Simões (PT-SP), que requereu a audiência pública, também se manifestou favorável à retirada gradual das tropas brasileiras, como diz a Resolução do Senado haitiano e completou "devemos trazer para o Congresso essa discussão de estabelecer um prazo de retirada das tropas brasileiras”.

 

Na Comissão de Direitos Humanos do Senado, Moise reuniu-se com os senadores Ana Rita (PT-ES), Eduardo Suplicy (PT-SP) e Wellington Dias (PT-PI) que decidiram "pedir que o Brasil lidere os países latino-americanos na retirada", embora ainda sem estabelecer prazo. O senador foi recebido pelo ministro da Defesa Celso Amorim. Também foi decidido constituir uma comissão de senadores para averiguar as condições dos haitianos imigrantes em São Paulo.

 

Dep. Ferro se pronuncia na Câmara. Mesa (E/D) Senador Suplicy e Jean Charles Moise, Markus Sokol (DN PT) e senadores Ana Rita e Wellington Dias .

 

Pronunciamento dos deputados Ferro e Simões no plenário da Câmara pela retirada das tropas do Haiti foram reproduzidos no boletim da Bancada Federal (23/05/2014) e repercutiram na Voz do Brasil.

 

Em suas intervenções nessas diversas reuniões, o senador Moise esclareceu que o sentido da presença das tropas da ONU no Haiti é atender a interesses que são estranhos ao povo haitiano e aos povos dos países que enviaram tropas. Ao receber o título de cidadão paulistano ele destacou: "em 2004, as tropas foram enviadas com a promessa de estabilizar o país por seis meses. A situação melhorou? Não, pelo contrário, piorou. Uma resolução do Senado do Haiti, aprovada por unanimidade pede a retirada das tropas até o dia 28 [de maio de 2014], mas não há sinal de que elas sairão. O Haiti não está em guerra com outro país e não está em guerra civil. A luta pela desocupação se insere na união dos povos contra as forças imperialistas. Seria melhor enviar tratores que tanques de guerra. Em nome de uma suposta desordem, a presença das tropas garante a exploração de nossas riquezas naturais pelas oligarquias e pelos monopólios multinacionais. Retiram o direito do povo à autodeterminação, o direito de ter um país independente e soberano".

 

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